segunda-feira, 7 de junho de 2010

Vence o homem a guerra contra os insetos?

GUERRA! A simples menção desta palavra nos deixa agitados. E, quando se pensa numa guerra contínua, sem fim, isso pode ser deveras angustiante. Todavia, diz-se-nos justamente que uma guerra assim está sendo travada. Eis a questão: A própria existência de ambas as partes — pois ela é travada por causa da preciosa reserva alimentar de que ambas necessitam para seu sustento. Os combatentes são: o homem versus os insetos.
Alguns a têm encarado como uma guerra de extermínio — que é uma questão de ou “eles” ou “nós” Mas não é realmente assim. Sem os insetos, este mundo seria um mundo triste, deveras, pois o homem precisa das abelhas, de certas moscas, borboletas, vespas, besouros, formigas e mariposas para a polinização das suas plantas. Há safras que dependem deles. Não haveria maçãs, uvas ou trevos, e haveria muito menor quantidade de outras frutas e hortaliças se não existissem insetos. Os insetos suprem o homem de mel, cera, seda, corante e goma-laca. Muitas aves canoras que deleitam o gênero humano se alimentam quase que exclusivamente de insetos. Há diversos insetos utilíssimos no controle das ervas daninhas. Os insetos também realizam tarefas necessárias como necrófagos, contribuindo para a aeração e fertilidade do solo, ao passo que eliminam os resíduos orgânicos. E, em muitos lugares, as pessoas dependem deles para alimentar-se. A Lei mosaica especificava alguns insetos como aceitáveis para o consumo humano, e João, o Batizador, obtinha seu sustento deles, enquanto no deserto (Levítico 11:22; Mateus 3:4) Todavia, é dentre suas fileiras que procedem os que, do ponto de vista humano, travam guerra com o homem para a posse de seu alimento.
Embora os insetos possam ser bem diminutos, deveras, em comparação com o homem, podem reunir impressivas forças. Coletivamente, ultrapassam o homem numa proporção de cerca de 250 milhões a 1. Também ultrapassam o homem quanto ao peso, na razão de 12 a 1. De acordo com certa estimativa, há 800.000 diferentes espécies de insetos na terra, atualmente. E astronômico o número total de insetos — está muito além de nossa compreensão. Felizmente, apenas reduzido número da população de insetos da terra — menos de 1 por cento — é considerado prejudicial ao homem e trava, com ele, uma guerra pela posse de suas colheitas de alimentos, de suas matas e de outros materiais.
As táticas bélicas que empregam causariam inveja a qualquer marechal-de-campo. Sendo mestres do elemento surpresa, invadem o local subitamente, e em grandes números, como que da noite para o dia. Fixam suas linhas de combate bem no meio das reservas alimentares que o homem visa proteger, obrigando-o a cair no dilema de como destruir um enquanto preserva o outro. Suas táticas secretas e de camuflagem, junto com seu tamanho, habilitam-nos a atacar sem ser percebidos, ao passo que infligem pesados danos.
Reproduzem-se prodigamente. Uma nova geração de combatentes, todos plenamente treinados e prontos para a batalha, pode ser produzida no espaço de somente uma semana. Os jovens combatem tão bem quanto os adultos, tanto os machos como as fêmeas participam na refrega. Algumas divisões se infiltram e entrincheiram-se na casa do próprio homem, lançando incursões para fustigá-lo e contaminá-la. Outros são peritos na guerra bacteriológica, disseminando temíveis doenças: malária, febre amarela, peste bubônica e a doença do sono, para citarmos apenas algumas. E, embora envenenados pelo homem, podem adaptar-se e até mesmo viver em tal ambiente. Assim, a guerra tem continuado no decorrer das eras.
De início, tudo que o homem podia fazer era aguardar os ataques, e esperar crias melhores. Faraó e os egípcios antigos simplesmente tiveram de suportar as pragas de mosquitos (borrachudos), moscões e locustas (gafanhotos) que Deus trouxe sobre eles. E que devastação devem ter causado, pois uma locusta adulta do deserto pode facilmente ingerir vegetação equivalente ao seu próprio peso, a cada dia! Uma nuvem pouco superior a 1.000 quilômetros quadrados continha, calculadamente, 40 bilhões de locustas. Eram suficientes para consumir, a cada dia, alimentos bastantes para alimentar 400.000 pessoas durante um ano! Todavia, reproduzindo com a profusão que lhes é peculiar, por que será que os insetos ainda não ganharam tal guerra?

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