sábado, 29 de maio de 2010

Como os insetos causam doenças

Os insetos podem atuar como vetores — ou seja, agentes transmissores de doenças — de duas formas principais. Uma delas é a transmissão mecânica. Assim como as pessoas podem trazer para dentro de casa sujeira impregnada no sapato, “a mosca-doméstica pode carregar nas patas milhões de microorganismos que, dependendo da quantidade, causam doenças”, diz a Encyclopædia Britannica. Moscas que pousaram em fezes, por exemplo, contaminam alimentos e bebidas. Essa é uma forma de o homem contrair doenças debilitantes e mortíferas como a febre tifóide, a disenteria e até mesmo a cólera. As moscas também contribuem para a transmissão do tracoma — a principal causa de cegueira no mundo. O tracoma pode causar a cegueira por danificar a córnea, que é a parte anterior do olho localizada na frente da íris. No mundo todo, cerca de 500 milhões de pessoas sofrem desse flagelo.

A barata, que gosta da sujeira, também é suspeita de transmissão mecânica de doenças. Segundo especialistas, o recente surto de asma, principalmente em crianças, está relacionado com a alergia a baratas. Tome-se como exemplo o caso de Ashley, adolescente de 15 anos que passa muitas noites com dificuldades respiratórias por causa da asma. Na hora em que a médica vai auscultar o seu pulmão, uma barata cai da blusa da menina e sai correndo pela mesa de exames.

Insetos que seguem o homem

“A maior parte das doenças febris no homem é causada por microorganismos veiculados por insetos”, diz a Encyclopædia Britannica. Costuma-se usar o termo “inseto” não só para os insetos propriamente ditos — animais de três pares de patas, como mosca, pulga, mosquito, piolho e besouro — mas também para criaturas de oito patas, como ácaro e carrapato. Segundo a classificação científica, todos esses se enquadram na categoria mais abrangente dos artrópodes — a maior divisão do reino animal — que inclui pelo menos um milhão de espécies conhecidas.

A grande maioria dos insetos é inofensiva ao homem e alguns são muito úteis. Sem eles, muitas plantas e árvores que fornecem alimento ao homem e aos animais não seriam polinizadas nem dariam frutos. Há insetos que ajudam a reciclar o lixo. Um grande número se alimenta exclusivamente de plantas, ao passo que alguns comem outros insetos.

É claro que há insetos que incomodam o homem e os animais com uma picada dolorosa ou simplesmente pelo seu grande número. Alguns também danificam plantações. Mas os piores são os que causam doenças e morte. As doenças transmitidas por insetos “provocaram mais mortes desde o século 17 até a parte inicial do século 20 do que todas as outras causas somadas”, diz Duane Gubler, dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos.

Atualmente, cerca de 1 em cada 6 pessoas está infectada com uma doença transmitida por insetos. Além de causar sofrimento, essas doenças representam um grande ônus financeiro, sobretudo nos países em desenvolvimento, que são justamente os que menos dispõem de recursos. Mesmo um único surto pode ser oneroso. Consta que uma epidemia na parte ocidental da Índia, em 1994, custou bilhões de dólares à economia local e mundial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esses países só farão progresso econômico quando tais problemas de saúde estiveram sob controle.

Doenças transmitidas por insetos — um problema crescente




É NOITE num país da América Latina. A mãe, com carinho, coloca seu filhinho para dormir. No escuro, um inseto preto e lustroso, de uns dois centímetros de comprimento, entra em cena. É o barbeiro, que sai sorrateiramente de uma fenda no teto. Ele pousa de mansinho no rosto da criança adormecida, picando-lhe a pele macia. À medida que suga o sangue, deposita fezes infectadas de parasitas. Sem acordar, o menino coça o rosto, esfregando as fezes infectadas na lesão.

O resultado desse encontro é que a criança contrai a doença de Chagas. Em uma semana ou duas, o menino apresenta febre alta e o corpo inchado. Se ele sobreviver, os parasitas podem se alojar no corpo, invadindo o coração, o sistema nervoso e os tecidos internos. Talvez não apresente sintomas por 10 a 20 anos. Mas daí podem ocorrer lesões no trato digestivo, infecção cerebral e por fim a morte por falência cardíaca.

O relato fictício acima mostra como se pode contrair a doença de Chagas. Na América Latina, milhões talvez corram risco de receber esse “beijo da morte”.

Atingida a Vida Animal

Os venenos químicos são levados pelo ar quando espalhados, ou são levados, pela água, da terra para os rios e lagos, atingindo os peixes. No Rio Mississippi, verificou-se que os peixes que se alimentam de mosquitos continham tanto veneno que o Dr. Denzel B. Ferguson, do departamento de zoologia da Universidade Estadual de Mississippi declarou: “Tais peixes são bombas vivas. Qualquer coisa que vier e os comer está simplesmente condenada.”

No ano passado, o governo dos Estados Unidos se apoderou de 28.000 libras de salmão do Lago Michigan. Achava-se contaminado com demasiado DDT e dieldrin. O salmão continha quase quatro vezes o total de pesticida permitido como limite máximo.

As aves norte-americanas, tais como a águia de cabeça branca, o falcão real e o pelicano americano castanho correm perigo de extermínio. No oceano, na costa da Califórnia, diminutas plantas marinhas e animais, conhecidos como plâncton, absorvem pesticidas que foram levados da terra pelas águas ou foram transportados para o oceano pelo ar. Os peixes comem o plâncton e acumulam pesticidas em seus sistemas. Daí, quando os pelicanos comem os peixes, os pesticidas se acumulam neles. Isto perturba seu intricado sistema reprodutivo. Agora as fêmeas põem ovos com casca tão fina que os ovos se racham e se desmancham quase que de imediato. Os ovos que talvez durem alguns dias são tão frágeis que, quando a fêmea se senta sobre eles, eles se rompem sob o peso dela.

Assim, muito embora os pelicanos talvez não sejam diretamente mortos pelos pesticidas, estão sofrendo extermínio porque seus ovos não conseguem ser incubados. Conforme declarou o Chronicle de São Francisco: “Parece que as enormes aves castanhas não chocarão nenhum filhote de forma alguma na Califórnia este ano, e a vereda da morte varre inexoravelmente em direção ao sul, chegando até às ilhas mexicanas dá costa da Baía Califórnia.”

Numa fazenda criadora de perus em Arkansas, o poderoso pesticida heptacloro foi usado em perus vivos para controlar os micuins. De um total de 300.000 perus examinados, 124.000 se achavam contaminados pelo pesticida, segundo se verificou.

Às vezes, grandes números de animais são mortos diretamente pelos pesticidas. Por exemplo, em Hanover, New Hampshire, os pesticidas usados em olmos eliminaram centenas de aves. Cerca de 70 por cento dos tordos foram mortos.

O Medical World News, de 27 de fevereiro de 1970, noticia uma experiência em que em vinte e cinco ovos fertilizados foram injetadas pequenas quantidades de uma substância química desfolhante usada amplamente nos Estados Unidos (e no Vietnam). Apenas quinze franguinhos sobreviveram. Onze dos quinze ficaram aleijados e sofreram outros defeitos. Nos franguinhos não incubados, verificaram-se várias deformidades e distúrbios.

Cresce a Evidência

Todavia, há aqueles que, por muitos anos, avisaram sobre a tendência de se usar cada vez mais substâncias químicas nas colheitas e terras. Argumentavam que se causava um dano que poderia ter conseqüências sérias a longo prazo.

Atualmente, cresce a evidência de que os pesticidas e outros venenos fazem o que tais pessoas diziam. Nos anos recentes, as duras conseqüências do uso pesado de pesticidas se tornaram evidentes. Tais venenos resultaram ser eliminadores de grande número de aves e peixes, tornando algumas espécies quase extintas.

Verificou-se também que alguns dos pesticidas de longa duração, tais como o DDT, estavam infiltrando-se nos humanos. Newsweek, de 26 de janeiro de 1970, declarou: “As mulheres estadunidenses levam em seus seios leite que possui de três a dez vezes mais do pesticida DDT do que o governo federal permite no leite dos lacticínios, destinado ao consumo humano.”

Assim, até as autoridades e cientistas do governo estão preocupados agora. O Dr. Charles F. Wurster, biólogo da Universidade Estadual de Nova Iorque, disse: “O perigo não é mais discutível; é um fato estabelecido e científico.” Outro cientista que examinou a evidência, observou: “Estou assustadíssimo.”

Pesticidas — bênção ou maldição?



CADA ano, a terra e as colheitas de muitas nações são ensopadas de milhões de quilos de venenosas substâncias químicas. Os pesticidas químicos são usados para matar insetos, roedores e fungos indesejáveis. Venenos químicos são também usados para matar ervas daninhas e desfolhar as plantas.

O grau em que são usados os venenos químicos em algumas áreas foi observado pelo Times de Nova Iorque, de 26 de dezembro de 1969. Falando das fazendas algodoeiras do estado de Mississipi, EUA, disse:

“De março a novembro, o ar fica cheio de substâncias químicas para impedir que as ervas daninhas germinem, e outras para matá-las, caso o façam; com substâncias químicas para matar o gorgulho do algodão, as lagartas do algodão e outros insetos; e, por fim, na época de colheita, com um desfolhante de cheiro insuportável para remover as folhas dos algodoeiros. . . . Tudo junto, as substâncias químicas são espalhadas de 10 a 20 vezes por estação.”

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O ciclo do pesticida

Para me ajudar a visualizar um dos problemas causados pelo uso de inseticidas químicos, Sandro diz: “Imagine um grupo de policiais perseguindo um bando de assaltantes de banco. Para escapar, os assaltantes correm para um prédio de escritórios bem movimentado. Visto que os bandidos se misturaram com a multidão, a polícia chama um helicóptero que lança bombas de gás no edifício. O gás mata não só os assaltantes, mas também os inocentes funcionários dos escritórios e os seguranças do edifício. Algo semelhante acontece quando o agricultor bombardeia a lavoura repetidas vezes com inseticidas potentes. Eles matam os insetos nocivos, os assaltantes, mas também destroem os úteis, os seguranças.”

“Pelo menos a colheita foi salva”, replico. Mas Sandro me explica que os pesticidas, se usados indiscriminadamente, desencadeiam um ciclo perigoso. Como assim? Alguns insetos sobrevivem à pulverização porque são resistentes a certos pesticidas. Acabam assim no meio de uma lavoura que não tem nenhum dos ‘seguranças’, ou insetos úteis — devido à pulverização feita pelo agricultor.

Com muito alimento e nenhum inimigo natural, a população de insetos resistentes ao inseticida aumenta rapidamente, o que força o agricultor a pulverizar de novo, talvez com um inseticida ainda mais forte. Em algumas regiões de cultivo de feijão na América do Sul, os agricultores têm de pulverizar toda semana. Qual é o resultado desse ciclo? “Quem semeia pesticida”, disse um agricultor, “colhe veneno”.

Os pesticidas químicos não matam só os insetos

Do Correspondente De Despertai! No Brasil

“É PERFEITO”, diz o agricultor Domingos dos Santos, do sul do Brasil, ao olhar sua plantação de mandioca. Ele tem motivos para estar satisfeito. Parece que as folhas das plantas nunca foram tocadas por insetos nocivos. Outra vitória dos pesticidas químicos? Não. “No ano passado e neste ano”, diz Domingos, “não precisei comprar nem uma gota de inseticida”.

Domingos faz parte dum crescente grupo de agricultores que reluta em usar pesticidas químicos para proteger as plantações. Em vez disso, utilizam métodos que eliminam, ou pelo menos diminuem, o uso de produtos químicos. “Que métodos?”, perguntei a Sandro Müller, agrônomo que tem realizado testes numa plantação de frutas cítricas perto de São Paulo. “Afinal, por que é vantajoso para os agricultores usar menos o pulverizador de inseticida?”

domingo, 23 de maio de 2010

Livre Sua Casa das Baratas

□ Conserve limpa toda a cozinha. Dê atenção a todos os espaços em volta e embaixo de fogões, armários e refrigeradores.

□ Limpe com freqüência todos os esconderijos possíveis — tais como rachaduras e gretas no piso, nos tampos de armários e respiradouros. Quando possível, vede com massa as rachaduras e gretas na cozinha e nos banheiros.

□ Remova diariamente resíduos e lixo.

□ Guarde os alimentos em recipientes bem vedados.

□ Limpe imediata e completamente quaisquer líquidos derramados e migalhas.

□ Examine todas as sacolas de compras e recipientes que entram na casa, para ver se não trazem insetos e os ovos deles.

□ Pratique o controle da umidade. Conserte todos os vazamentos de água, e não deixe louça suja à noite.

□ Use uma boa isca para matar baratas.

Deixar a Casa Livre Delas

“Como foi que tais insetos penetraram em minha casa?”, pergunta a dona-de-casa. Bem, elas — ou seus ovos — podem ter vindo nas sacolas de compras, nos sacos de batata ou de cebola, em caixas de papelão com recipientes de bebidas. Podem ter entrado voando. Visto que uma barata consegue achatar-se, poderiam ter entrado bem por baixo da porta da frente. E, se você ou seus convidados visitaram um local infestado, elas podem ter pegado carona em seus sapatos ou em suas roupas. Nos prédios de apartamentos, elas conseguem entrar pelas rachaduras nas paredes ou pisos, ou pelas “estradas das baratas” — os canos comuns de água e de vapor.

Como se consegue fazer com que se mudem da casa e não voltem mais? É essencial que haja insistente limpeza. Prováveis esconderijos, tais como rachaduras e gretas no piso, em tampos de armários ou respiradouros, devem ser limpos com freqüência. Mantenha limpas todas as áreas em volta de fogões, refrigeradores e armários de cozinha. Limpe completa e imediatamente quaisquer líquidos derramados e migalhas. Não deixe louça suja à noite, numa pia ou num armário. Mantenha os alimentos guardados em recipientes bem vedados. Visto que comida seca para cães e gatos constitui um banquete para as baratas, é melhor estocá-la num recipiente com tampa e evitar pôr mais comida no prato do que seu bicho de estimação possa comer. Examine se as sacolas de compras e caixas de papelão com refrigerantes trazem insetos escondidos e os ovos deles. Remova diariamente os resíduos e o lixo da casa. Conserte todas as torneiras que vazem. Lembre-se, porém, que ao passo que manter a cozinha limpa fará com que Dona Cucaracha não se sinta bem-vinda na cozinha, se tomar suas refeições na sala de estar ou num outro recanto da casa, poderá verificar que a convida para visitá-lo ali.

Caso um aposento fique muito infectado, talvez seja preciso usar algum inseticida. Usar inseticida demais, contudo, poderá surtir um efeito contrário. As baratas ou evitarão o veneno, ou se tornarão imunes a ele. Assim, leia o rótulo com cuidado e siga as instruções de forma exata. Preste atenção às precauções, e tenha especialmente em mente as crianças, as pessoas idosas ou qualquer pessoa que apresente problemas respiratórios.

Grave infestação amiúde exige serviços profissionais. Sendo que leva 30 dias para os ovos das baratas eclodirem, talvez sejam necessárias aplicações mensais de inseticida por algum tempo. Se chamar um profissional, o seguinte será de ajuda: Limpe cabalmente a cozinha antes de ele chegar, e certifique-se de que os alimentos e os pratos sejam retirados dos armários. Pratos e utensílios podem ser temporariamente colocados sobre uma mesa e protegidos com uma toalha de plástico. Alimentos podem ser colocados no forno ou no refrigerador. Se o técnico de controle de pragas lhe der algumas sugestões ou fizer recomendações, certifique-se de considerá-las.

Já faz algum tempo que se trava uma guerra contra as baratas. E as baratas estão reagindo. Elas se tornaram resistentes à maioria dos pesticidas que têm sido usados através dos anos. Atualmente, os cientistas estão recorrendo a armas biológicas. Desenvolveu-se um novo composto, um hormônio sintético chamado hidroprene, que impede que as baratas se reproduzam, mantendo-as no estado juvenil. No entanto, mesmo estéril, aquela geração continua viva. Assim, os resultados não podem ser vistos de imediato, a menos que se combine o hidroprene com outro pesticida.

Se tais pragas serão ou não eliminadas das casas é algo que só o futuro dirá, naturalmente. Até agora, la cucaracha tem persistido e está-se saindo admiravelmente bem.

Há Algo de Bom na Barata?

Existe algo de bom na barata? Na realidade, trata-se de um insetinho muito complexo. Os sensores da barata detectam mudanças na pressão e na temperatura do ar, bem como localizam água e avisam da aproximação de predadores. As antenas das baratas possuem 40.000 terminações nervosas que realizam as funções de tato, paladar e olfato para a barata. Os maiores órgãos dos sentidos da barata são os olhos compostos, constituídos de muitas lentes diminutas; todavia, a barata não distingue os objetos com clareza. Entretanto, ela é muito sensível ao movimento e rapidamente nota até mesmo minúsculas mudanças na intensidade da luz. Os cercos — o bifurcado par de filamentos na extremidade do abdome — detectam vibrações, bem como sons ou movimentos de ar, e, assim, acionam a reação de fuga do inseto, fazendo-o correr para a rachadura ou greta mais próxima. Alarmada, a barata pode reagir em até 0,054 de segundo e escapar!

A barata respira através de espiráculos, respiradouros do tipo vigia de cada lado do corpo. O sangue é bombeado por enorme tubo que percorre todo o corpo dela. Decapitada, a barata ainda pode sobreviver por mais de um dia — o bastante para que uma fêmea deposite seus ovos num lugar seguro. A barata-americana pode viver até seis semanas sem nenhum alimento ou água.

Um inseto surpreendente, sim, mas de que proveito ele é para a humanidade? Bem, por um lado, é um inimigo declarado de percevejos. E por causa de seu tamanho e da facilidade com que é criada, a barata-americana é muitas vezes utilizada nas pesquisas científicas feitas em laboratório. Pesquisadores nipônicos, por exemplo, usaram certa vez, com êxito, um extrato de barata para tratar de doenças do fígado em camundongos de laboratório e mostraram-se otimistas de que isso também funcionaria no caso de humanos. Alguns pescadores empregam a barata-oriental como isca para pegar bremas, espécie de peixe-lua. Mas este pequeno inseto é essencialmente necrófago, realizando o trabalho para o qual foi criado: devolver os resíduos, o lixo, e as carcaças de animais mortos para o solo.

Elas Comem de Tudo

As baratas se alimentam de quase tudo. Comem tudo que os humanos comem, bem como muitas outras coisas, tais como couro, pêlos, papel de parede e carcaças de animais. Elas também comem livros — especialmente se estiverem manchados de suor — e comerão encadernações para chegar até a cola. Em algumas partes do mundo, não se pode usar o pergaminho para documentos legais, porque com muita freqüência ele é danificado ou destruído por baratas. Elas gostam de áreas imundas e de sujeira em geral, mas podem infestar até mesmo os locais mais limpos possíveis.

Na realidade, as baratas não precisam de muita comida. Uma dúzia delas podem passar uma semana vivendo da cola de apenas um selo postal. A água é mais importante para elas, sendo por isso mais freqüentemente encontradas em cozinhas ou banheiros.

As baratas têm sido acusadas de ser transmissoras de bactérias e vírus que causam hepatite infecciosa, envenenamento alimentar, infecções do trato urinário, infecções da pele, alergias e disenteria — para citar apenas alguns. Ao perambularem de um lado para outro, contaminam os alimentos e utensílios, e deixam um cheiro desagradável, que é o resultado da combinação de seus excrementos, do líquido que exsudam das glândulas olfativas e de um líquido de cor escura que regurgitam para amaciar o alimento antes de o comerem. Pratos que elas tenham sujado devem ser cabalmente lavados e depois escaldados; de outra forma, quando alimentos quentes forem colocados no prato, voltará o cheiro repulsivo.

A resistente barata




EMBORA milhões de pessoas tenham ouvido a alegre e ritmada canção folclórica mexicana “La Cucaracha” (A Barata), não são muitas as donas-de-casa que realmente começam a cantar ao verem estes pequenos insetos correndo para se esconder na cozinha. Para a maioria, as baratas são uma praga incomodativa. Elas não têm aparência atraente, pelo menos para nós. Transmitem doenças. Seu cheiro forte é repulsivo.

Todavia, apesar de tal repugnância sentida pelos humanos, as baratas continuam a proliferar. Sua grande capacidade de reprodução, junto com a escassez de inimigos naturais, e da habilidade delas em adaptar-se e proteger-se, rapidamente gera uma população surpreendente. A comum barata-alemã, por exemplo, pode facilmente ter mais de 35.000 descendentes num ano. Isso é a média, e não o máximo, que poderá ultrapassar 100.000 baratinhas num ano. Como assim? A ooteca, ou casulo, da barata-alemã poderá conter até 48 ovos. A fêmea produz sete ootecas durante sua vida média de 140 dias. Se tudo correr bem com as baratas, cada fêmea de todas as gerações produzindo a mesma quantidade de ovos, dezenas de milhares de baratas são geradas num período notavelmente curto.

A maioria das mais de 3.500 espécies de baratas vivem ao ar livre, sem ser notadas pelos humanos. Mas algumas, tais como a barata-alemã, preferem morar em prédios construídos pelo homem. Na realidade, os nomes nacionais (alemã, americana, australiana, oriental, e assim por diante) realmente não têm significado. Os europeus, segundo se afirma, davam às baratas o nome dos países vizinhos. Os romanos as chamavam de lucifuga, devido ao hábito de fugirem da luz. A palavra inglesa “cockroach” deriva-se do termo espanhol cucaracha.

Há entomologistas que informam ser feliz a vida familiar das baratas. Tem-se observado baratas adultas que carregam as baratinhas nas costas. Notaram-se mães que ajudam os filhotes emergentes a sair da cápsula do ovo. Depois da eclosão do ovo, elas não raro são mantidas juntas e são criadas pela mãe, e uma colônia de ninfas, ou insetos jovens, geralmente se acha junto com algumas das baratas mais velhas.

sábado, 22 de maio de 2010

Por que precisamos dos insetos

Os insetos desempenham um papel importante na nossa vida. De fato, cerca de 30% do alimento que ingerimos depende da polinização feita pelas abelhas, na maioria silvestres. Mas a polinização é apenas uma das tarefas úteis realizadas pelos insetos. Eles mantêm a Terra limpa por meio de um eficiente sistema de reciclagem de plantas e animais mortos. Isso enriquece o solo e os nutrientes liberados contribuem para o crescimento das plantas. “Sem os insetos”, escreve o entomologista Christopher O’Toole no livro Alien Empire (Império Alienígena), “seríamos soterrados por uma montanha de restos de plantas e animais mortos”.

Quando os insetos não fazem seu trabalho, fazem muita falta. Veja o que aconteceu na Austrália, onde existem milhões de cabeças de gado. Os rebanhos inevitavelmente espalham estrume por toda parte. Além de ser repulsivo, o esterco fornecia um lugar para a mosca Musca vetustissima se reproduzir, tornando-se uma praga, tanto para os humanos quanto para o gado. De modo que foram importados escaravelhos da Europa e da África. Problema resolvido!

Outras características



No mundo dos insetos, cada espécie tem suas próprias características, às vezes bem incomuns. Algumas mariposas, por exemplo, precisam de sal e umidade para viver e por isso sugam as lágrimas dos búfalos. Certos insetos, equipados com um potente anticongelante, habitam cumes gelados de montanhas e passam a vida devorando outros insetos que sucumbiram ao frio.

Como mencionou o sábio Rei Salomão há milhares de anos, a formiga em especial é muito trabalhadora. Salomão escreveu: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; vê os seus caminhos e torna-te sábio. Embora não tenha comandante, nem oficial ou governante, prepara seu alimento no próprio verão; tem recolhido seus alimentos na própria colheita.” (Provérbios 6:6-8) O fato de as formigas não terem governante é ainda mais notável porque algumas de suas colônias têm mais de 20 milhões de insetos! Mas essas “metrópoles” funcionam perfeitamente, pois cada formiga cuida de uma determinada tarefa para que a colônia inteira tenha comida, proteção e abrigo.

Talvez a mais impressionante “casa” de inseto seja o cupinzeiro. Alguns deles têm 7,5 metros de altura. Essas maravilhas da engenharia têm sofisticados sistemas de ar condicionado e hortas subterrâneas de fungos. O mais impressionante é que os cupins que constroem essas torres são cegos!

Levantar-se e aquecer-se

Quem mora em lugares de clima frio sabe como é importante se manter aquecido. O mesmo acontece com insetos de sangue frio que acordam todo dia praticamente congelados. O sol é seu aliado e eles o aproveitam ao máximo.

Moscas e besouros são atraídos por flores ou folhas que absorvem o calor do sol durante as primeiras horas da manhã. Alguns besouros freqüentam lírios-aquáticos australianos cujas flores agem como estufas que ficam até 20 °C acima da temperatura ambiente. Em contraste, as borboletas têm um sistema próprio de aquecimento. Quando precisam se aquecer, abrem as asas, que servem como eficientes painéis solares, e as inclinam para o sol.

O amor está no ar

Muitos insetos usam sons e aromas para encontrar um par, uma tarefa e tanto se a sua expectativa de vida é de apenas algumas semanas e os prospectivos parceiros são poucos.

Para encontrar um parceiro, a fêmea da mariposa-imperador exala um cheiro tão forte que o macho consegue localizar a fonte a uma distância de quase 11 quilômetros. Suas antenas sensíveis podem detectar uma única molécula do aroma.

Grilos, gafanhotos e cigarras preferem usar o som. Até nós ouvimos a cigarra apaixonada que transforma o corpo inteiro numa caixa de ressonância. Ora, um grupo de cigarras na época do acasalamento pode produzir um som tão alto quanto o de uma furadeira pneumática! Em contraste, algumas fêmeas não emitem som algum.

Vôo e visão impressionantes

Muitos insetos são ases do vôo, como indicam alguns exemplos a seguir. Os mosquitos podem voar de cabeça para baixo. Alguns até conseguem voar na chuva sem se molhar, porque se desviam das gotas de chuva. Certas vespas e abelhas tropicais atingem em vôo velocidades de até 72 quilômetros por hora. Uma borboleta monarca da América do Norte percorreu 3.010 quilômetros em seu vôo migratório. A mosca sírfida consegue bater as asas mais de mil vezes por segundo, muito mais rápido do que o beija-flor. As libélulas podem voar para trás, uma característica que atiçou a curiosidade dos pesquisadores, levando-os a estudá-las mais atentamente.

Se já tentou matar uma mosca, sabe que ela tem visão excepcionalmente aguçada, além de reflexos dez vezes mais rápidos do que os nossos. O interessante é que a mosca tem olhos compostos, com milhares de lentes hexagonais que trabalham independentemente. É provável, portanto, que sua visão seja fragmentada.

Alguns insetos conseguem captar a luz ultravioleta, invisível para os humanos. Assim, uma borboleta que nos parece branco-pálida é muito atraente para o macho. De fato, quando vista através da luz ultravioleta, a fêmea tem belos desenhos, ideais para chamar a atenção dos machos na época do acasalamento.

Os olhos de muitos insetos servem de bússola. Abelhas e vespas, por exemplo, conseguem detectar o plano da luz polarizada e, assim, localizar a posição do sol no céu, mesmo em dias nublados. Graças a essa habilidade, elas podem buscar comida bem longe do ninho e ainda assim achar o caminho de volta, sem erro.

O incrível mundo dos insetos

DO CORRESPONDENTE DE DESPERTAI! NA ESPANHA

ACHA que os insetos só servem para incomodar? Gostaria que essa praga sumisse da face da Terra? Tenta matar os insetos com inseticida, esmagá-los ou pisar neles sempre que tem oportunidade? Antes de declarar guerra total aos insetos, o que acha de aprender um pouco mais sobre eles? Visto que a proporção é de cerca de 200.000.000 de insetos para cada humano, você pode estar certo de que eles vieram para ficar.

Se analisar brevemente algumas dessas criaturinhas impressionantes, você talvez fique convencido de que os insetos merecem respeito.

Mudanças de clima

Um fator importante na volta das doenças transmitidas por insetos são as mudanças ocorridas no meio ambiente e na sociedade. Exemplo disso é a alteração global do clima. Alguns cientistas prevêem que o aquecimento global fará com que os insetos transmissores de doenças se propaguem em climas atualmente mais frios. Pelo visto, isso já está ocorrendo. O Dr. Paul R. Epstein, do Centro de Saúde e Meio Ambiente Global da Faculdade de Medicina de Harvard, diz: “Atualmente, há relatos da incidência de insetos e de doenças transmitidas por insetos (incluindo malária e dengue) em regiões mais elevadas da África, da Ásia e da América Latina.” Na Costa Rica, a dengue ultrapassou as barreiras montanhosas que até há pouco tempo restringiam a doença à costa do Pacífico, e agora afeta todo o país.

Mas os efeitos do aquecimento global não param aí. Em algumas regiões, a estiagem transforma rios em charcos, ao passo que em outras, chuvas e inundações deixam poças de águas paradas. Em ambos os casos, a água estagnada se torna um foco de proliferação de mosquitos. O aquecimento também abrevia o ciclo de reprodução desses insetos, acelerando sua multiplicação e fazendo com que proliferem por um período mais prolongado. O calor também torna os mosquitos mais ativos e eleva sua temperatura corporal, intensificando o ritmo de reprodução dos micróbios patogênicos neles alojados. Com isso, a probabilidade de infecção mediante uma única picada é muito maior. Mas existem ainda outras preocupações.

Por que voltaram?

CERCA DE 40 anos atrás, pensava-se que as doenças mais comuns transmitidas por insetos — como a malária, a febre amarela e a dengue — haviam sido praticamente erradicadas na maior parte do planeta. Mas então ocorreu o inesperado — elas voltaram!

Por quê? Uma das razões é que alguns dos insetos e os micróbios que eles alojam desenvolveram resistência a inseticidas e a medicamentos utilizados para controlá-los. Esse processo natural de adaptação foi estimulado não só pelo emprego excessivo de inseticidas como também pelo uso incorreto dos medicamentos. “Nas famílias pobres, é muito comum”, diz o livro Mosquito, “as pessoas comprarem o remédio, usarem apenas o suficiente para aliviar os sintomas e guardarem o restante para o próximo surto da doença”. Como o tratamento não foi concluído, os micróbios mais resistentes podem sobreviver no organismo e produzem uma nova geração de cepas imunes aos medicamentos.

Em Que Pé Está a Guerra Atualmente?

Mas, a guerra está longe de ser vencida. As pragas entômicas ainda consomem 40 por cento das safras de alimentos do mundo. “Jamais venceremos realmente”, diz o entomólogo David Pimentel, “porque os insetos são tão difundidos no mundo que é absolutamente impossível mantê-los longe das safras e dos alimentos”. Ainda há muito que fazer para controlar a mariposa-do-fumo, a lagarta-dos-cereais africana, o gorgulho-do-algodão, o escarabídeo daninho, a mosca aleurodídea (whitefly), o pulgão verde, a limantria, a formiga-de-fogo, a mariposa do espruce, a barata, o cupim, a mosca-doméstica e o mosquito — para citarmos apenas algumas das pragas agrícolas, ambientais e domésticas, que ainda afligem a humanidade.

Os cientistas ainda experimentam novas armas: hormônios que interferem no crescimento normal, feromônios (odores sexuais dos insetos) que perturbam seu acasalamento, agentes patogênicos que provocam moléstias e anoréxicos que eliminam o desejo do inseto de comer. Mas, ainda são necessários muitos testes antes que se comprove sua eficácia e inocuidade para com o homem. No ínterim, ainda se usa amplamente os pesticidas químicos, à medida que muitos optam pelo extermínio rápido, em vez de pelos mais lentos controles biológicos. Os cientistas, porém, temem que, devido ao aumento da resistência dos insetos, seu arsenal químico talvez se esgote logo.

A solução final reside, não no homem, mas na intervenção da parte de Deus para estabelecer uma trégua e fazer com que todas as coisas retornem ao seu equilíbrio perfeito. Em breve, na justa Nova Ordem de Deus, o homem nem mais pensará sequer em guerra.

A Nova Estratégia de Guerra do Homem

O homem teve de procurar celeremente uma segunda linha de defesa. Começou a discernir a importância do brado de guerra: “Conheça seu inimigo.” Era deveras difícil, levando-se em conta sua variedade, seu tamanho e seus hábitos, mas a inteligência superior foi então absolutamente necessária para mudar a inclinação da guerra. Ele, o homem, teve de tomar ciência da genética, biologia, ecologia e do comportamento das pragas. Precisou ir fundo para aprender os hábitos alimentares e reprodutivos delas, como seus ciclos reprodutivos se fundiam com a maturação das safras e com os ciclos de vida dos insetos inimigos, e como estes eram influenciados pelo clima e pelas épocas de plantio. Teve até mesmo de aprender com precisão quanto um inseto comia, a fim de determinar quantos poderiam ser tolerados antes de se sofrerem custosos danos. Teve de descobrir quando causavam maior dano, e como os tornar vulneráveis. O homem teve de restaurar o equilíbrio na natureza. Discerniu que não podia matá-los de forma indiscriminada, pois dependia dos insetos benéficos para a sua própria sobrevivência.

O homem também descobriu que conservar pequenas populações das pragas das safras talvez seja até mesmo o modo mais eficaz de reduzir as perdas de safras, assim garantindo uma reserva alimentar para seus inimigos naturais e impedindo-os de se extinguirem. Ficou a par que uma agricultura totalmente isenta de insetos não era nem sábia nem exeqüível, pois o homem pode ganhar a batalha, porém perder a guerra.

A coexistência e o controle, em vez de o extermínio, tornaram-se a nova estratégia bélica do homem. Criou-se um sistema denominado CIP (Controle Integrado das Pragas). Instalaram-se sistemas de alarme precoce para predizer ou detectar a presença duma praga muito antes de poder causar danos às safras, dando ao agricultor a oportunidade de tomar a ofensiva antes de o inimigo comparecer como força invasora. Poderia então empregar uma variedade de controles biológicos: predadores naturais e parasitos, doenças das pragas, machos esterilizados para reduzir as taxas de reprodução.

Estavam envolvidas também a volta, por parte do agricultor, à rotatividade e à diversificação das colheitas, práticas de cultivo que desencorajam a infiltração e a reprodução das pragas, a mudança dos calendários de plantio, culturas mais resistentes aos insetos, e até mesmo a utilização de safras falsas para desviar o fogo do inimigo da safra principal. Os pesticidas, as bombas atômicas do combate humano, poderiam ser então utilizados como último recurso — mas somente quando necessários, e em aplicações cuidadosas e limitadas. Lavradores que empregam tais métodos têm relatado boas safras, ao passo que reduziram drasticamente seu emprego operoso de fertilizantes e inseticidas.

O Homem Inclina-se Para o Autoderrotismo

Foi o próprio homem quem transtornou o equilíbrio na natureza e realizou a escalada da guerra. Ao abandonar sólidas práticas agrícolas de diversificação e rotação das safras, que impediam que as pragas se arraigassem firmemente e que conservava a resistência das plantas diante de pragas e doenças, ele preferiu recorrer a monoculturas maciças — o cultivo de uma única cultura numa grande área. Em busca de maiores safras, de aspecto mais atraente, ele criou “tipos” de plantas dotados de menor resistência natural às pragas. Novas safras, junto com novos insetos, foram introduzidos em países em que jamais tinham sido cultivados antes, mas sem seus inimigos naturais para controlá-los. Insetos que anteriormente eram mantidos sob controle passaram subitamente a dispor de condições que lhes permitiam multiplicar-se a taxas alarmantes. A batalha estava fugindo de controle, e os insetos a estavam ganhando!

O homem logo partiu em busca de novas armas. O alívio surgiu com um arsenal de pesticidas sintéticos. Aqueles matadores químicos de largo espectro, começando com o DDT, destruíram insetos em proporções prodigiosas. O homem pensou que, por fim, ganharia a guerra. Aumentaram dramaticamente as safras. Começaram a desaparecer as doenças veiculadas por insetos. A vitória parecia estar à vista e foi declarada como iminente.

Mas, em sua guerra de extermínio total, o homem matou tanto os inimigos como os amigos. Como se expressou certo cientista: “Quando matamos os inimigos naturais duma praga, herdamos o seu trabalho.” De súbito, livres de seus inimigos naturais, proliferaram em índices alarmantes. Outros insetos, previamente sem importância, juntaram-se às suas fileiras como pragas principais. Utilizaram-se substancial químicas mais potentes, porém. de novo. os insetos se rearrumaram e contra-atacaram. Verificou-se que alguns lavradores aspergiam suas safras até 50 vezes numa única época de crescimento, e, assim mesmo, ainda perdiam a metade da safra.

As substâncias químicas não só deixavam de erradicar os insetos, mas os insetos se tornavam imunes aos agentes químicos, e alguns até mesmo vicejaram com eles. Sua resistência aos pesticidas se tornou tão eficaz que os cientistas puderam nutrir moscas-domésticas com grandes doses de DDT sem elas sofrerem efeitos adversos aparentes. Ademais, as aves, tão úteis no controle dos insetos, estavam sendo mortas ao comerem os insetos, as sementes e as frutas envenenadas.

E estes venenos rapidamente ascenderam na cadeia alimentar, envenenando os peixes e impedindo que as aves se reproduzissem, transtornando a ecologia e apresentando-se, em crescentes dosagens, nos alimentos e na água do próprio homem. As armas químicas do homem voltavam-se contra ele próprio. “Superinsetos”, cerca de quatrocentas espécies de insetos resistentes a inseticidas, tornaram-se as tropas de choque de renovadas invasões entômicas, provocando avolumante disseminação de doenças para o homem. Os insetos ganhavam de novo a guerra.

A Guerra Interna

Felizmente para o homem, trava-se também entre os insetos uma guerra concomitante e incessante. Não fora assim, o homem talvez não pudesse nutrir qualquer esperança. Um afídio comum, por exemplo, pode produzir outros 6 bilhões num curto período de vida. Caso todos os afídios assim fizessem, irrestritamente, não demoraria muito até que tais pulgões das plantas destruíssem toda a vegetação da terra.

Mas a natureza mantém um equilíbrio. Há os predadores de insetos, os parasitos e as doenças dos insetos, para não se mencionar outros fatores naturais e climáticos que servem para manter sob controle a população dos insetos. Há plantas, também, que possuem mecanismos naturais de defesa. Os carvalhos-vermelhos, desfolhados por famintas limantrias (“lagarías do sobreiro”), reagem por meio de alterações químicas nas folhas substitutas que as tornam indigestas. No caso da praga das locustas, nos dias de Faraó Jeová Deus fez com que uma forte ventania levasse os gafanhotos para o mar Vermelho. — Êxodo 10:12-19.

Vence o homem a guerra contra os insetos?

GUERRA! A simples menção desta palavra nos deixa agitados. E, quando se pensa numa guerra contínua, sem fim, isso pode ser deveras angustiante. Todavia, diz-se-nos justamente que uma guerra assim está sendo travada. Eis a questão: A própria existência de ambas as partes — pois ela é travada por causa da preciosa reserva alimentar de que ambas necessitam para seu sustento. Os combatentes são: o homem versus os insetos.

Alguns a têm encarado como uma guerra de extermínio — que é uma questão de ou “eles” ou “nós” Mas não é realmente assim. Sem os insetos, este mundo seria um mundo triste, deveras, pois o homem precisa das abelhas, de certas moscas, borboletas, vespas, besouros, formigas e mariposas para a polinização das suas plantas. Há safras que dependem deles. Não haveria maçãs, uvas ou trevos, e haveria muito menor quantidade de outras frutas e hortaliças se não existissem insetos. Os insetos suprem o homem de mel, cera, seda, corante e goma-laca. Muitas aves canoras que deleitam o gênero humano se alimentam quase que exclusivamente de insetos. Há diversos insetos utilíssimos no controle das ervas daninhas. Os insetos também realizam tarefas necessárias como necrófagos, contribuindo para a aeração e fertilidade do solo, ao passo que eliminam os resíduos orgânicos. E, em muitos lugares, as pessoas dependem deles para alimentar-se. A Lei mosaica especificava alguns insetos como aceitáveis para o consumo humano, e João, o Batizador, obtinha seu sustento deles, enquanto no deserto (Levítico 11:22; Mateus 3:4) Todavia, é dentre suas fileiras que procedem os que, do ponto de vista humano, travam guerra com o homem para a posse de seu alimento.

Embora os insetos possam ser bem diminutos, deveras, em comparação com o homem, podem reunir impressivas forças. Coletivamente, ultrapassam o homem numa proporção de cerca de 250 milhões a 1. Também ultrapassam o homem quanto ao peso, na razão de 12 a 1. De acordo com certa estimativa, há 800.000 diferentes espécies de insetos na terra, atualmente. E astronômico o número total de insetos — está muito além de nossa compreensão. Felizmente, apenas reduzido número da população de insetos da terra — menos de 1 por cento — é considerado prejudicial ao homem e trava, com ele, uma guerra pela posse de suas colheitas de alimentos, de suas matas e de outros materiais.

As táticas bélicas que empregam causariam inveja a qualquer marechal-de-campo. Sendo mestres do elemento surpresa, invadem o local subitamente, e em grandes números, como que da noite para o dia. Fixam suas linhas de combate bem no meio das reservas alimentares que o homem visa proteger, obrigando-o a cair no dilema de como destruir um enquanto preserva o outro. Suas táticas secretas e de camuflagem, junto com seu tamanho, habilitam-nos a atacar sem ser percebidos, ao passo que infligem pesados danos.

Reproduzem-se prodigamente. Uma nova geração de combatentes, todos plenamente treinados e prontos para a batalha, pode ser produzida no espaço de somente uma semana. Os jovens combatem tão bem quanto os adultos, tanto os machos como as fêmeas participam na refrega. Algumas divisões se infiltram e entrincheiram-se na casa do próprio homem, lançando incursões para fustigá-lo e contaminá-la. Outros são peritos na guerra bacteriológica, disseminando temíveis doenças: malária, febre amarela, peste bubônica e a doença do sono, para citarmos apenas algumas. E, embora envenenados pelo homem, podem adaptar-se e até mesmo viver em tal ambiente. Assim, a guerra tem continuado no decorrer das eras.

De início, tudo que o homem podia fazer era aguardar os ataques, e esperar crias melhores. Faraó e os egípcios antigos simplesmente tiveram de suportar as pragas de mosquitos (borrachudos), moscões e locustas (gafanhotos) que Deus trouxe sobre eles. E que devastação devem ter causado, pois uma locusta adulta do deserto pode facilmente ingerir vegetação equivalente ao seu próprio peso, a cada dia! Uma nuvem pouco superior a 1.000 quilômetros quadrados continha, calculadamente, 40 bilhões de locustas. Eram suficientes para consumir, a cada dia, alimentos bastantes para alimentar 400.000 pessoas durante um ano! Todavia, reproduzindo com a profusão que lhes é peculiar, por que será que os insetos ainda não ganharam tal guerra?

Insetos Constituem Uma Bênção

Ao passo que alguns insetos podem ser prejudiciais, nas circunstâncias atuais, como um todo são uma bênção para a humanidade. Quando os insetos se tornam pragas, amiúde a culpa é dos homens. O homem repetidas vezes falhou em manter um alto padrão de higiene. Transtornou o equilíbrio entre a vida vegetal e animal, e poluiu o ar, o solo e a água. Desequilíbrios em seu próprio sistema talvez, às vezes, façam com que seu corpo atraia insetos tais como os mosquitos. Manifestamente, os insetos, governados pelo instinto, não podem ser culpados do que fazem devido às falhas e fraquezas do homem.

As pessoas que reconhecem a existência de um Criador amoroso vêem nos insetos uma parte da criação de Deus. Isto as impede de tirar conclusões precipitadas sobre qualquer criatura ser prejudicial. Avaliam, também, que as atuais circunstâncias não podem ser usadas como base para se determinar que efeito teriam os insetos sobre os homens livres de todas as imperfeições e fraquezas físicas. Estão confiantes de que os insetos continuarão a ser uma bênção para a humanidade.

O Homem Ainda Tem Muito a Aprender

O conhecimento do homem sobre os insetos ainda é muito incompleto. A cada ano, de 7.000 a 10.000 novas espécies de insetos são descobertas. A relação entre milhares de insetos e a vida animal e vegetal ainda é desconhecida. Mas, o que já se aprendeu mostra que os insetos ocupam importantíssimo lugar na terra. Observou Carl D. Duncan, professor de entomologia e botânica:

“Talvez seja impossível visualizar adequadamente a totalidade dos efeitos proveitosos que os insetos exercem direta ou indiretamente sobre o bem-estar humano, porém os benefícios são incalculavelmente grandes.”

Amiúde, o lado negativo dos insetos recebe maior atenção. A mosca, exemplificando, é associada comumente com a transmissão de doenças. Mas, quantas pessoas pensam em seu papel como necrófaga e melhoradora e conservadora do solo, quando no estágio de larva? E, não sabia que não se conseguiu estabelecer plenamente a culpabilidade da mosca doméstica? Afirma Scientific American:

“A lista de doenças humanas e animais de que são acusadas de transmitir agora se situa em mais de 65. . . . Todavia, a evidência ainda é apenas circunstancial. A reputação das moscas domésticas é a de um homem acusado de homicídio porque foi encontrado ao lado da vítima com um revólver carregado nas mãos. Na maioria dos casos, não se pode provar conclusivamente que as moscas em pauta puxaram o gatilho do revólver.”

Controle das Plantas

Muitos insetos mostram preferir determinada espécie de planta. Seus hábitos alimentares impedem que várias plantas cresçam desenfreadamente.

Um caso em pauta é a opúncia. Esta planta foi tolamente introduzida na Austrália. Não havendo insetos inimigos para controlá-la, a opúncia espalhou-se rápido. Dentro de pouco tempo, tornou milhões de hectares de terra praticamente inadequados para a lavoura.

Daí, em 1925, foram enviados da Argentina para a Austrália 2.750 ovos da mariposa do cacto. Por fim, milhões de ovos foram distribuídos em áreas em que a opúncia tinha fincado pé. As lagartas incubadas da mariposa do cacto fizeram bem seu trabalho. Penetraram nas juntas da opúncia e assim a destruíram. Por fim, este cacto deixou de ser uma praga para a Austrália.

Outro exemplo de controle das plantas pelos insetos envolve a erva de S. João ou hipericão. Esta erva foi trazida da Europa para os EUA. Foi primeiro observada nos EUA em 1793. Por volta de 1940, milhares de hectares das pastagens do norte da Califórnia foram devastados por esta praga. Mais tarde, introduziram-se seus inimigos insetos. A respeito da efetividade de tal medida, declara Scientific American:

“A destruição do hipericão pelos besouros foi acompanhada pela volta das desejáveis plantas forrageiras. Na Califórnia, muitos milhares de hectares agora dispõem de capacidade marcantemente maior de sustentar o gado; os valores dos terrenos subiram; os gestos com o controle do hipericão são mínimos.”

Mas, será que tais insetos se tornaram uma praga desde que o hipericão passou a ser controlado? Não. Continua Scientific American:

“Devido a que os crescimentos do hipericão não mais são extensivos e as áreas infestadas se acham agora amplamente separadas, todos os importantes insetos imigrantes, que dependem totalmente do hipericão para sobreviver, decresceram em número. Felizmente, sua habilidade de localizar novas áreas infestadas e sua alta taxa de reprodução impediram qualquer ressurgimento importante do hipericão. Todos os indícios são de que esta planta nociva da pradaria será controlada e que seus controles por insetos se perpetuarão.”

Não há meio de se saber exatamente quantas plantas se tornariam pragas se não fosse pelo controle dos insetos. Mas, os exemplos adrede mencionados bem ilustram que o homem carece de ajuda dos insetos.

Até mesmo as atividades dos insetos que parecem destrutivas podem ser proveitosas para o homem. Nas florestas, os insetos realizam vital tarefa de poda. Alguns atacam e matam os galhos inferiores das árvores. Esta poda natural fornece ao homem madeira de melhor qualidade. Ainda outros insetos matam árvores. Destarte, impedem que as áreas florestais se tornem apinhadas demais. As árvores que sobrevivem conseguem crescer mais rápido. A atividade dos insetos florestais também reduz o perigo de incêndio e torna a floresta mais adequada como lar para a vida selvagem.

Que Dizer dos Insetos Que Comem Plantas?

Mas, os insetos realmente comem plantas vivas, não apenas as mortas. Não é isso prejudicial aos interesses do homem? Não necessariamente.

A observação e a pesquisa cuidadosas indicam que os insetos preferem as plantas que, de alguma forma, têm deficiências de nosso ponto de vista. Talvez seja o solo pobre, a idade da planta ou alguma condição desfavorável de crescimento que foi responsável pela deficiência.

Quando a planta fica deficiente, deveras atrai os insetos. Exemplificando: O Dr. William Albrecht, da Universidade de Missouri, EUA, dirigiu uma série de testes com o espinafre. Descobriu que os insetos conhecidos como tripes destruíam o espinafre produzido em solo pobre. Mas, o espinafre produzido em bom solo sobrevivia.

Daí, houve o caso de duas videiras que cresciam lado a lado. Uma foi atacada pelos besouros japônicos, mas a outra não foi. Todavia, as folhas de ambas as videiras estavam entrecruzadas. Os besouros só se alimentaram das folhas da videira mais antiga, que não aceitava bem a nutrição que lhe era dada.

Similar observação foi feita quanto a duas safras de alface. Uma safra fora detida por desfavoráveis condições de crescimento, e fora atacada por afídios. Mas, na alface cultivada em condições favoráveis de crescimento, no mesmo solo, não foram encontrados afídios.

Comentando por que os insetos preferem plantas que consideraríamos inferiores, o livro Our Poisoned Earth and Sky (Nossa Terra e Nosso Céu Envenenados) afirma:

“As necessidades nutritivas dos insetos são muito diferentes das do homem e dos animais. Ao passo que o homem viceja numa dieta elevada de proteínas, os insetos preferem os carboidratos. Precisam mais deles em seu sistema de operação. Um inseto pode saltar o equivalente ao Edifício ‘Empire State’ em um só pulo, falando-se comparativamente, e precisa de muitos carboidratos para ter essa energia. Assim, quando uma planta tem mais carboidratos que a outra, um inseto a procurará e a preferirá.”

Comprovando esta observação pela pesquisa científica, continua o livro:

“Conforme demonstrado pela pesquisa da Estação Experimental Agrícola de Missouri, EUA, as plantas que não obtêm matéria orgânica produzem uma quantidade desequilibrada de carboidratos às custas da proteína e dos óligominerais. Os insetos, segundo parece, preferem estas plantas ‘doces’ e conseguem atacá-las mais facilmente.”

Assim, quando os insetos comem plantas do jardim, não será que nos dizem algo? Recebem as plantas a nutrição necessária do solo? Pode-se fazer algo para remediar a condição não saudável das plantas?

Polinização e Melhoramento do Solo

Um de tais serviços vitais tem que ver com a relação entre os insetos e as plantas. Tem-se calculado que 85 por cento das plantas florescentes dependem da polinização dos insetos.

Entre os muitos insetos que cumprem esta função se acham as abelhas melíferas, as mamangabas, as moscas, os besouros, as traças e as borboletas. E, se tais insetos não fizessem seu trabalho, muitas destas plantas, talvez a maioria delas, morreriam. Isso afetaria, não apenas as lindas flores que adicionam tanto prazer à vida do homem, mas também seu suprimento alimentar. O homem deveras estaria em grandes dificuldades.

Os insetos desempenham também um papel benéfico como necrófagos e melhoradores do solo. A matéria morta vegetal e animal atrai muitos tipos de insetos. Comem esta matéria morta e seus sistemas digestivos a transformam em diferentes combinações químicas. Desta forma, a matéria morta é transformada em alimento que pode ser usado pelas plantas.

Não só os produtos de sua excreção, mas os próprios insetos por fim se transformam em alimentos para as plantas. Isto acontece ao morrerem e se decomporem seus corpos, desta forma aumentando os fertilizantes do solo.

Os insetos também ajudam a aumentar o rico solo arável. Isto é feito por trazerem os insetos, de forma contínua, partículas do subsolo à superfície. No processo, escavam túneis no solo, e isto também ajuda. Torna possível que a água se infiltre no solo e, ao mesmo tempo, o areja.

São os insetos uma bênção ou uma maldição?

O QUE lhe vem à mente quando são mencionados os insetos? Pensa nos insetos que espalham doenças, alimentam-se das colheitas do homem e fazem buracos em suas roupas?

Ou pensa nos benefícios trazidos pelos insetos? Pensa nos serviços que desempenham e nos produtos que fabricam — a goma-laca, a seda e o mel, para se mencionar apenas alguns?

Para algumas pessoas, talvez pareça que todos os insetos são pestíferos e que o mundo ficaria melhor sem eles. Mas, sabia que, das mais de 800.000 espécies de insetos conhecidas pelo homem, a ampla maioria são admitidamente benéficas? Com efeito, muitos deles fazem coisas vitais à existência do homem.

POLÍTICA DE PRIVACIDADE


Este Blog pode utilizar cookies e/ou web beacons quando um usuário tem acesso às páginas. Os cookies que podem ser utilizados associam-se (se for o caso) unicamente com o navegador de um determinado computador.
Os cookies que são utilizados neste Blog podem ser instalados pelo mesmo, os quais são originados dos distintos servidores operados por este, ou a partir dos servidores de terceiros que prestam serviços e instalam cookies e/ou web beacons (por exemplo, os cookies que são empregados para prover serviços de publicidade ou certos conteúdos através dos quais o usuário visualiza a publicidade ou conteúdos em tempo pré determinados). O usuário poderá pesquisar o disco rígido de seu computador conforme instruções do próprio navegador. O Google, como fornecedor de terceiros, utiliza cookies para exibir anúncios no mundo dos insetos.
Com o cookie DART, o Google pode exibir anúncios para seus usuários com base nas visitas feitas a este Blog.
Você pode desativar o cookie DART visitando a Política de privacidade da rede de conteúdo e dos anúncios do Google.
Usuário tem a possibilidade de configurar seu navegador para ser avisado, na tela do computador, sobre a recepção dos cookies e para impedir a sua instalação no disco rígido. As informações pertinentes a esta configuração estão disponíveis em instruções e manuais do próprio navegador".
Este Blog respeita e procura responder todos os e-mails enviados.
Após a leitura este Blog apaga todos os endereços de e-mail enviados.
Este Blog afirma que não utiliza e-mails para políticas de Spam ou de envio de e-mails indesejados.
Este Blog não se responsabiliza pelo conteúdo, promessas e veracidade de informações dos banners colocados pelos seus patrocinadores. Toda a responsabilidade é dos anunciantes.