terça-feira, 29 de junho de 2010

Símbolo popular

Os eslovenos há muito consideram a abelha como símbolo de diligência e sabedoria. A primeira sociedade científica da atual Eslovênia, estabelecida em 1693, era chamada de Sociedade dos Diligentes e incorporou a abelha em seu emblema. Seus membros eram até mesmo chamados de apes, palavra latina para “abelhas”. Também um símbolo de parcimônia para os eslovenos, a abelha vem sendo usada no mundo das finanças. Sua figura pode ser encontrada na capa de cadernetas bancárias e na coroa de algumas moedas eslovenas.
Os eslovenos se identificam com a abelha devido à reputação que eles mesmos têm de serem trabalhadores diligentes. Há um provérbio esloveno que diz: “Veja a abelha e imite-a.” Então, quando vir uma abelha voando atarefada ou provar o mel — doce produto de seu trabalho —, talvez se lembre da laboriosa abelha-carnica.

A fama da abelha-carnica se espalha

Ao longo dos anos, a região de Carniola fez diversas contribuições importantes à ciência e à arte da apicultura. Já em 1770, Anton Janša, natural de Carniola, foi nomeado pela imperatriz Maria Teresa como o primeiro instrutor na recém-estabelecida escola de apicultura em Viena, Áustria. No final do século 19, os pesquisadores de abelhas perceberam que as resistentes abelhas-carnicas satisfaziam às necessidades dos apicultores de diversas regiões. Foi também nessa época que a abelha-carnica ganhou esse nome e começou a se espalhar pelo mundo. De fato, no início do século 20 a região de Carniola estava exportando “vagões inteiros de colméias”, cada uma delas abrigando uma família de abelhas.
Nesse mesmo período, o tradicional apiário feito de madeira ganhou o nome de kranjič, ou “colméia carnica”. O que torna o kranjič particularmente interessante é a maneira diferente como cada caixa era pintada. (Veja o quadro “Apiários pintados”, na página 24.) Na atual Eslovênia, mais de 7.000 apicultores cuidam de 160.000 colméias ou mais. Na cidade de Radovljica existe um museu apícola especial, dedicado à história da apicultura na Eslovênia.

“Uma nação de apicultores”

A apicultura tem uma história longa e interessante na Eslovênia. O biólogo esloveno Janez Gregori chega a descrever seu país como “uma nação de apicultores”. E, de fato, os eslovenos são conhecidos como apicultores peritos desde o oitavo século EC. Dessa época até o século 19, mantinham suas colméias em troncos de árvores ocos, as quais eram conhecidas em algumas regiões eslovenas como korita, ou cochos. Por volta do século 15, no entanto, com o aparecimento das serrarias, os antigos cochos começaram a ser substituídos por colméias em forma de quadro, que eram chamadas humoristicamente de truge, ou caixões, devido ao formato alongado.
A enorme procura pelo mel e pela cera de abelha fez com que a apicultura se tornasse de tanta importância econômica que chamou a atenção dos administradores de terras. Eles favoreceram determinadas pessoas com direitos exclusivos sobre a apicultura. É compreensível o grande interesse por parte desses administradores tendo em vista a necessidade de cera de abelha na fabricação de velas para uso em especial nas igrejas e nos mosteiros, e também pelo fato de que o mel era o único produto disponível na época para adoçar alimentos. No século 16, depois que o trigo-sarraceno começou a ser plantado para colheita, tornando-se uma nova fonte de alimentação para as abelhas durante o outono, a produção de mel aumentou ainda mais. Não demorou muito para que a região de Carniola estivesse exportando mel e cera em grandes quantidades. Valvasor, erudito do século 17 e natural de Carniola, relatou que, em meados daquele século, só aquela região exportava por ano “milhares de quintais” de mel para Salzburgo, Áustria.

A diligência da abelha-carnica

DO REDATOR DE DESPERTAI! NA ESLOVÊNIA
A ABELHA tem a fama de ser um inseto trabalhador. Mas uma espécie de abelha se destaca nesse aspecto: a abelha-carnica. Essa abelha melífera obteve seu nome por causa da região ocidental da Eslovênia, chamada Carniola. Originalmente, podia ser encontrada apenas na península Balcânica e mais ao norte, nos Cárpatos. Hoje em dia, porém, não só a popularidade da abelha-carnica, mas também a própria abelha se espalharam pelo mundo todo.
Por que a abelha-carnica é tão popular? Além de produzir grandes quantidades de mel de qualidade e de ser muito resistente a doenças e ao clima frio, a abelha-carnica é dócil e não ataca. Apesar da tendência de enxamear — algo que pode dificultar a criação de abelhas em larga escala —, essa inclinação pode ser amenizada por meio da criação seletiva. Mas por que a abelha-carnica ganhou a reputação de ser mais trabalhadora do que as outras? Um dos motivos é que ela deixa a colméia mais cedo de manhã. Portanto, tem tempo para trazer mais néctar para a produção do mel, além de ir colher néctar em lugares mais distantes.

O sistema de navegação da borboleta

▪ Embora tenha um cérebro mais ou menos do tamanho da ponta de uma caneta esferográfica, a borboleta-monarca percorre uma distância de até 3 mil quilômetros ao migrar do Canadá para um pequeno trecho de floresta no México. Como esse inseto chega ao seu destino sem se perder?
Analise o seguinte: As borboletas-monarcas usam o Sol como bússola. Mas isso não é o suficiente, pois elas precisam fazer ajustes em seu trajeto para compensar o movimento do Sol. Elas fazem isso por meio de um relógio interno de alta precisão, chamado relógio circadiano — uma função biológica baseada num dia de 24 horas. De acordo com o Dr. Steven Reppert, neurobiologista, as borboletas-monarcas “usam o relógio circadiano de uma forma bem diferente da de outros insetos e animais já estudados”.
Aprender mais sobre os segredos do relógio interno das borboletas-monarcas pode ajudar os cientistas a entender melhor o relógio circadiano dos humanos e dos animais. Pode também levar a novos tratamentos de distúrbios neurológicos. “Quero entender como o cérebro assimila informações sobre tempo e espaço”, diz o Dr. Reppert, “e a borboleta-monarca é um exemplo espetacular disso”.
O que você acha? O complexo sistema de navegação da borboleta-monarca surgiu por acaso? Ou é evidência de um Projetista inteligente?

terça-feira, 15 de junho de 2010

Servem Para Alguma Coisa?

Trata-se duma boa pergunta, e é provável que muitos digam: “Não. Os mosquitos não servem para nada!” Mas, alguns pesquisadores sugerem que o mosquito macho, cujo alimento é o sumo das plantas, desempenha um papel na polinização das flores silvestres de alguns tipos. Também, diz-se que os mosquitos são significativa fonte de alimento para certos animais, aves, outros insetos, e até mesmo peixes.

Nem todos os mosquitos são vilões perigosos. Embora tais insetos sejam muito perturbadores, cumprem finalidades úteis. Pelo menos não precisa temer cada mosquito, mesmo que considere sua espécie como ameaçador inseto noturno.

Enfrentar o Inimigo

Para afastar a ameaça da noite, as pessoas que moram nos trópicos amiúde dormem sob mosquiteiros. Também, vários outros passos podem ser dados para se evitar as doenças transmitidas por mosquitos. Uma forma de se impedir a febre amarela é pelo uso duma vacina. O controle da malária vai do uso de inseticidas à drenagem dos pântanos, e ao espalhamento de substâncias químicas ou oleosas sobre áreas de reprodução. Fina película de óleo sobre a água impede que as larvas respirem, porque não conseguem obter ar na superfície.

O controle da filariose depende, mormente, do uso de repelentes de insetos e inseticidas. O homem tem combatido os insetos por drenar pântanos ou espalhar inseticidas sobre grandes áreas dos campos e das florestas. As pessoas usam inseticidas em aerossóis em suas casas, esperando pôr fim às incursões dos mosquitos.

Como funcionam os repelentes? Bem, a corrente de ar úmida, tépida, carregada de bióxido de carbono ao redor duma pessoa atrai os mosquitos. Os pêlos sensoriais de suas antenas detectam a corrente e os insetos por fim localizam a fonte. Mas, os repelentes de insetos em geral enganam a Sra. Mosquito, porque estes, pelo que parecem, impedem que os sensores da umidade de suas “antenas” funcionem normalmente. De certo modo, ela fica com a idéia de que perdeu seu objeto e, assim, voa para outra parte.

Experiências feitas pelo Dr. W. A. Brown, da Universidade de Ontário Ocidental, Canadá, indicam que a espécie de roupa que veste influi em sua “atração”, no que tange aos mosquitos. Allen Rankin escreve: “Nas suas experiências, o Dr. Brown verificou que um décimo dos mosquitos pousaram em roupa branca em comparação com as escuras. Em geral, quanto mais clara era a cor, menos mosquitos atraía. A tonalidade mais evitada — o cetim luminescente.” — Marvels & Mysteries of Our Animal World (Maravilhas e Mistérios de Nosso Mundo Animal).

Como a Sra. Mosquito “Pica”

Visto que é provável que já tenha sido vítima do mosquito, merece saber como isso aconteceu. Bem, a fonte de irritação não é uma boca que se abre e fecha sobre o leitor. Antes, é a probóscide da fêmea do mosquito que causa a tortura. Formando seu centro, há seis estiletes, lancetas parecidas a agulhas colocadas em seis diminutos sulcos. Para sermos mais específicos, dois estiletes são mandíbulas, dois são maxilares, um é o lábio superior e o último é uma lanceta com um canal salivar. Quando não estão em uso, estes estiletes são cobertos pelo lábio inferior, que prontamente sai do caminho quando a Sra. Mosquito decide ‘picá-lo’. Ela o pica com sua probóscide armada, e talvez nem se dê conta da ferida a menos que ela atinja um lugar sensível, porque a “madame” lhe dá um analgésico de curta atuação.

Terminada a picada, a saliva da Sra. Mosquito flui livremente na ferida. Visto que ela afina seu sangue e o impede de coagular-se, ela não tem dificuldades em sugá-lo por meio dum sulco em seu lábio superior, assim como uma pessoa talvez tome uma soda limonada por meio dum canudinho. Terminada a bebedeira, a “madame” remove sua “agulha” e voa embora, muito satisfeita, levando três a quatro vezes mais do seu sangue do que o próprio peso dela. Sem querer, você contribui para o aumento da população dos mosquitos, pois a Sra. Mosquito precisava de seu sangue para desenvolver os ovos dentro do corpo dela.

Visto que somente as fêmeas atacam os humanos e os animais, talvez você tenha uma atitude mais amigável para com o macho. Ele se alimenta do néctar das plantas. Em realidade, tais sumos são o principal alimento da fêmea também, mas talvez fique pensando sobre isso depois dum encontro que o deixa com uma picada que coça.

Por Que Você É Tão Atraente?

Os pesquisadores concluíram que o calor do corpo e umidade da pele humana são fatores que atraem os mosquitos. Também podem ser atraídos pelo ácido lático no suor e respiração da pessoa, bem como pelo bióxido de carbono exalado pelos animais e pelas pessoas. Com efeito, os aminoácidos e hormônios dos fluidos do corpo humano podem atrair mosquitos. Não há nada que possa fazer quanto a qualquer dessas coisas, a menos que pare de respirar.

As mulheres derivam pouco conforto de a Sra. Mosquito usualmente achar os homens mais atraentes. Aliás, tais insetos costumeiramente atacam a pessoa mais “atraente” do grupo. Assim, poderá escapar deles, enquanto um colega é virtualmente “devorado”. Naturalmente, esta atração nada tem que ver com a beleza ou boa aparência. Então, como pode alguém ficar desapontado de não ser atraente para os ameaçadores mosquitos?

São Todos os Mosquitos Vetores de Doenças?

Essa pergunta é bem cabível, visto que a maioria das pessoas ouviram dizer que tais insetos transmitem várias doenças. Quando irrompeu a febre amarela em Nova Orleães, Luisiana, o “culpado” revelou-se ser um tipo de mosquito que aparentemente preferia depositar seus ovos num vaso de flores. Ora, tais insetos germinavam na água dos vasos de flores depositados sobre os túmulos das vítimas da febre amarela!

Lá atrás, em 1878, verificou-se que o mosquito Culex quinquefasciatos transmitia a filariose, doença que faz com que as glândulas e membros inchem e, às vezes, resulta na elefantíase. Em questão de outros nove anos, certos tipos de mosquito Anopheles foram identificados como vetores da malária. Em 1900, soube-se que a febre amarela era transmitida pelo Aëdes aegypti.

Certos mosquitos realmente transmitem mais de uma dúzia de doenças humanas. Na realidade, contudo, bem poucas espécies são vetores de doenças. Assim, não precisa preocupar-se, necessariamente, quando é atacado por tal inseto. Todavia, talvez fique imaginando por que tais criaturas o escolhem, em primeiro lugar. Com efeito, poder-se-ia indagar:

Check-up Físico

O corpo do mosquito adulto se compõe de cabeça, tórax e abdômen. Na cabeça há dois olhos compostos com milhares de lentes, cada olho podendo funcionar de modo independente. Entre os olhos há duas antenas, com as quais o inseto ouve e cheira.

A parte ameaçadora da anatomia do mosquito é uma boca em forma de funil. Ampla na cabeça, estreita-se numa probóscide tubular. Incidentalmente, apenas a Sra. Mosquito poderá “picar” o leitor. Os “rapazes” da “família” não se acham equipados para causar-lhe tal tortura. Mas, diremos mais sobre isso depois.

Um pescoço curto liga a cabeça ao tórax. A este estão ligados os três pares de patas do inseto, bem como duas asas onde se vêem claramente as veias que transportam o sangue. Escamas, às vezes bem coloridas, recobrem as pontas das asas e as veias. O zumbido que ouve quando um mosquito se aproxima é o som de suas asas em movimento. Partes semelhantes a varas (halteres) por trás das asas habilitam o inseto a manter o equilíbrio. Durante o vôo, vibram à mesma taxa que as asas. Também, por criar vibrações harmônicas no ar e em seu tórax, diz-se que o mosquito consegue “mais batidas de suas asas do que seus nervos ou músculos poderiam manter sozinhos”.

No longo abdômen tubiforme do mosquito se localizam o estômago e os intestinos. O inseto respira por meio de pequenas cavidades chamadas espiráculos. Há oito pares deles no abdômen e dois pares no tórax.

O corpo do mosquito acha-se recoberto de um invólucro elástico. E estes insetos aflitivos existem numa variedade de cores. A maioria deles são negros, castanhos, bronzeados ou cinzentos, mas alguns são verdes ou azuis. Sinais de cores branca ou claras aparecem nas costas, asas ou patas, num bom número de espécies, embora seja improvável que admire seus enfeites quando está sendo picado.

“Rapaz” Conhece a “Moça”

O Sr. Mosquito não presta atenção à sua correspondente feminina no primeiro ou segundo dia de sua vida adulta. Leva esse tempo para que os diminutos pêlos de suas antenas se sequem, habilitando-o a ouvir. Mas, daí, deixe só uma ‘jovem senhorita’ voar por perto! O bater das asas dela atinge seus “sensores”, e envia impulsos a seu cérebro. Na linguagem dos mosquitos, a mensagem tem de ser: “É uma jovem!” Rapidamente, o Sr. Mosquito capta a fêmea e se acasala com ela.

O mosquito Opifex, da Nova Zelândia, dificilmente agüenta esperar o acasalamento. Os machos continuam a voar sobre as águas de germinação, esperando que as pupas venham à superfície! Os machos ansiosos realmente se acasalam com as fêmeas antes de elas conseguirem deixar seu invólucro pupal recém-aberto.

Do Ovo ao Adulto

Os mosquitos são insetos da ordem Díptera, que significa “duas asas”. Há mais de 2.500 espécies, e certamente são bem difundidas. Pode encontrá-las reproduzindo-se em quentes poços tropicais ou em gélidas águas árticas!

Os mosquitos atravessam quatro estágios: (1) ovo, (2) larva, (3) pupa, e (4) adulto. Por meio do aparelho ovopositor no seu abdômen, a fêmea pode chegar a pôr de 100 a 300 ovos numa só ocasião. Certas espécies transformam os ovos numa espécie de balsa, agrupados por uma substância que a fêmea emite. Os ovos podem ser postos num pântano ou mesmo numa pequena poça d’água ou num tronco oco. Dentro de dois a três dias são chocados, exceto os das espécies de mosquitos de poços. Alguns de seus ovos, depositados num poço seco, não são chocados até que tenham sido ensopados de água por três vezes. De outra forma, poderiam ser chocados num breve período úmido, e as larvas pereceriam quando o poço ficasse seco de novo. Os mosquitos de enchentes depositam seus ovos na lama resultante duma enchente, e estes não se chocam senão quando ocorre outra enchente, possivelmente depois de se passarem anos.

Com freqüência chamada de ninfa, por causa de seus movimentos pela água, a larva do mosquito se parece a uma minhoca. Em torno de sua boca há diminutos pêlos que sugam alimento — plantas diminutas, organismos unicelulares chamados protozoários, e até mesmo outras ninfas. Para respirar, algumas larvas de mosquitos elevam sobre a água um tipo de snorkel ou tubo de respiração. No caso duma espécie dos pântanos, o tubo de respiração é pontiagudo e a larva o enfia numa tifa, carriço ou outra planta para obter oxigênio. Muitas larvas de mosquitos fazem mudas, ou deixam suas velhas peles, quatro vezes em cerca de quatro a dez dias.

Depois da muda final, a criatura se torna uma pupa. Respira por meio de tubos em seu tórax, tubos estes que se estendem acima da superfície da água. Em certas espécies, tais tubos são usados para obter oxigênio das plantas submarinas. Devido à forma que as pupas da maioria das espécies de mosquitos se revolvem, são chamadas de acrobatas. Não comem nada e sofrem uma mudança e tanto em questão de dias.

Emergindo do invólucro pupal, surge o mosquito adulto. Começa a voar depois que suas asas se secam. O Sr. Mosquito poderá viver só de dez a vinte dias e sua ‘senhora’ um mês ou mais. Naturalmente, o período de vida varia conforme a espécie. Algumas fêmeas de mosquitos podem sobreviver ao inverno em sua garagem ou estábulo.

O mosquito — ameaçador inseto noturno?

AS SOMBRAS da noite já desceram e prevalece a escuridão. Recolheu-se cedo, esperando gozar horas de tranqüilo repouso. Um zumbido familiar, porém, rompe a quietude da noite tépida e confortadora. Seu quarto de dormir foi invadido! Tenso, preocupado, receando o pior, fica aguardando. Não sente nada e imagina que o perigo já passou. Mas, tarde demais, compreende que se tornou vítima. O coçar incessante revela que não escapou da picada do que talvez esteja inclinado a chamar de ‘ameaçador inseto noturno’ — o mosquito.

Dali até o fim do verão, está determinado a colocar tela em qualquer janela aberta. Com efeito, talvez use óleos e aerossóis sobre partes expostas de seu corpo — tudo no esforço de desencorajar o ataque por parte do ameaçador mosquito. Naturalmente, não é o primeiro a travar tal guerra. Diz-se que os egípcios já usavam vasos de fumigação e mosquiteiros pelos mesmos motivos, há cerca de trinta séculos atrás.

Todavia, sua melhor defesa talvez seja o melhor conhecimento deste inimigo. Qual é a real aparência dos mosquitos? Por que realmente “picam” pessoas? Cumprem tais insetos alguma finalidade útil?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Em Que Pé Está a Guerra Atualmente?

Mas, a guerra está longe de ser vencida. As pragas entômicas ainda consomem 40 por cento das safras de alimentos do mundo. “Jamais venceremos realmente”, diz o entomólogo David Pimentel, “porque os insetos são tão difundidos no mundo que é absolutamente impossível mantê-los longe das safras e dos alimentos”. Ainda há muito que fazer para controlar a mariposa-do-fumo, a lagarta-dos-cereais africana, o gorgulho-do-algodão, o escarabídeo daninho, a mosca aleurodídea (whitefly), o pulgão verde, a limantria, a formiga-de-fogo, a mariposa do espruce, a barata, o cupim, a mosca-doméstica e o mosquito — para citarmos apenas algumas das pragas agrícolas, ambientais e domésticas, que ainda afligem a humanidade.
Os cientistas ainda experimentam novas armas: hormônios que interferem no crescimento normal, feromônios (odores sexuais dos insetos) que perturbam seu acasalamento, agentes patogênicos que provocam moléstias e anoréxicos que eliminam o desejo do inseto de comer. Mas, ainda são necessários muitos testes antes que se comprove sua eficácia e inocuidade para com o homem. No ínterim, ainda se usa amplamente os pesticidas químicos, à medida que muitos optam pelo extermínio rápido, em vez de pelos mais lentos controles biológicos. Os cientistas, porém, temem que, devido ao aumento da resistência dos insetos, seu arsenal químico talvez se esgote logo.
A solução final reside, não no homem, mas na intervenção da parte de Deus para estabelecer uma trégua e fazer com que todas as coisas retornem ao seu equilíbrio perfeito. Em breve, na justa Nova Ordem de Deus, o homem nem mais pensará sequer em guerra.

A Nova Estratégia de Guerra do Homem

O homem teve de procurar celeremente uma segunda linha de defesa. Começou a discernir a importância do brado de guerra: “Conheça seu inimigo.” Era deveras difícil, levando-se em conta sua variedade, seu tamanho e seus hábitos, mas a inteligência superior foi então absolutamente necessária para mudar a inclinação da guerra. Ele, o homem, teve de tomar ciência da genética, biologia, ecologia e do comportamento das pragas. Precisou ir fundo para aprender os hábitos alimentares e reprodutivos delas, como seus ciclos reprodutivos se fundiam com a maturação das safras e com os ciclos de vida dos insetos inimigos, e como estes eram influenciados pelo clima e pelas épocas de plantio. Teve até mesmo de aprender com precisão quanto um inseto comia, a fim de determinar quantos poderiam ser tolerados antes de se sofrerem custosos danos. Teve de descobrir quando causavam maior dano, e como os tornar vulneráveis. O homem teve de restaurar o equilíbrio na natureza. Discerniu que não podia matá-los de forma indiscriminada, pois dependia dos insetos benéficos para a sua própria sobrevivência.
O homem também descobriu que conservar pequenas populações das pragas das safras talvez seja até mesmo o modo mais eficaz de reduzir as perdas de safras, assim garantindo uma reserva alimentar para seus inimigos naturais e impedindo-os de se extinguirem. Ficou a par que uma agricultura totalmente isenta de insetos não era nem sábia nem exeqüível, pois o homem pode ganhar a batalha, porém perder a guerra.
A coexistência e o controle, em vez de o extermínio, tornaram-se a nova estratégia bélica do homem. Criou-se um sistema denominado CIP (Controle Integrado das Pragas). Instalaram-se sistemas de alarme precoce para predizer ou detectar a presença duma praga muito antes de poder causar danos às safras, dando ao agricultor a oportunidade de tomar a ofensiva antes de o inimigo comparecer como força invasora. Poderia então empregar uma variedade de controles biológicos: predadores naturais e parasitos, doenças das pragas, machos esterilizados para reduzir as taxas de reprodução.
Estavam envolvidas também a volta, por parte do agricultor, à rotatividade e à diversificação das colheitas, práticas de cultivo que desencorajam a infiltração e a reprodução das pragas, a mudança dos calendários de plantio, culturas mais resistentes aos insetos, e até mesmo a utilização de safras falsas para desviar o fogo do inimigo da safra principal. Os pesticidas, as bombas atômicas do combate humano, poderiam ser então utilizados como último recurso — mas somente quando necessários, e em aplicações cuidadosas e limitadas. Lavradores que empregam tais métodos têm relatado boas safras, ao passo que reduziram drasticamente seu emprego operoso de fertilizantes e inseticidas.

O Homem Inclina-se Para o Autoderrotismo

Foi o próprio homem quem transtornou o equilíbrio na natureza e realizou a escalada da guerra. Ao abandonar sólidas práticas agrícolas de diversificação e rotação das safras, que impediam que as pragas se arraigassem firmemente e que conservava a resistência das plantas diante de pragas e doenças, ele preferiu recorrer a monoculturas maciças — o cultivo de uma única cultura numa grande área. Em busca de maiores safras, de aspecto mais atraente, ele criou “tipos” de plantas dotados de menor resistência natural às pragas. Novas safras, junto com novos insetos, foram introduzidos em países em que jamais tinham sido cultivados antes, mas sem seus inimigos naturais para controlá-los. Insetos que anteriormente eram mantidos sob controle passaram subitamente a dispor de condições que lhes permitiam multiplicar-se a taxas alarmantes. A batalha estava fugindo de controle, e os insetos a estavam ganhando!
O homem logo partiu em busca de novas armas. O alívio surgiu com um arsenal de pesticidas sintéticos. Aqueles matadores químicos de largo espectro, começando com o DDT, destruíram insetos em proporções prodigiosas. O homem pensou que, por fim, ganharia a guerra. Aumentaram dramaticamente as safras. Começaram a desaparecer as doenças veiculadas por insetos. A vitória parecia estar à vista e foi declarada como iminente.
Mas, em sua guerra de extermínio total, o homem matou tanto os inimigos como os amigos. Como se expressou certo cientista: “Quando matamos os inimigos naturais duma praga, herdamos o seu trabalho.” De súbito, livres de seus inimigos naturais, proliferaram em índices alarmantes. Outros insetos, previamente sem importância, juntaram-se às suas fileiras como pragas principais. Utilizaram-se substancial químicas mais potentes, porém. de novo. os insetos se rearrumaram e contra-atacaram. Verificou-se que alguns lavradores aspergiam suas safras até 50 vezes numa única época de crescimento, e, assim mesmo, ainda perdiam a metade da safra.
As substâncias químicas não só deixavam de erradicar os insetos, mas os insetos se tornavam imunes aos agentes químicos, e alguns até mesmo vicejaram com eles. Sua resistência aos pesticidas se tornou tão eficaz que os cientistas puderam nutrir moscas-domésticas com grandes doses de DDT sem elas sofrerem efeitos adversos aparentes. Ademais, as aves, tão úteis no controle dos insetos, estavam sendo mortas ao comerem os insetos, as sementes e as frutas envenenadas.
E estes venenos rapidamente ascenderam na cadeia alimentar, envenenando os peixes e impedindo que as aves se reproduzissem, transtornando a ecologia e apresentando-se, em crescentes dosagens, nos alimentos e na água do próprio homem. As armas químicas do homem voltavam-se contra ele próprio. “Superinsetos”, cerca de quatrocentas espécies de insetos resistentes a inseticidas, tornaram-se as tropas de choque de renovadas invasões entômicas, provocando avolumante disseminação de doenças para o homem. Os insetos ganhavam de novo a guerra.

Vence o homem a guerra contra os insetos?

GUERRA! A simples menção desta palavra nos deixa agitados. E, quando se pensa numa guerra contínua, sem fim, isso pode ser deveras angustiante. Todavia, diz-se-nos justamente que uma guerra assim está sendo travada. Eis a questão: A própria existência de ambas as partes — pois ela é travada por causa da preciosa reserva alimentar de que ambas necessitam para seu sustento. Os combatentes são: o homem versus os insetos.
Alguns a têm encarado como uma guerra de extermínio — que é uma questão de ou “eles” ou “nós” Mas não é realmente assim. Sem os insetos, este mundo seria um mundo triste, deveras, pois o homem precisa das abelhas, de certas moscas, borboletas, vespas, besouros, formigas e mariposas para a polinização das suas plantas. Há safras que dependem deles. Não haveria maçãs, uvas ou trevos, e haveria muito menor quantidade de outras frutas e hortaliças se não existissem insetos. Os insetos suprem o homem de mel, cera, seda, corante e goma-laca. Muitas aves canoras que deleitam o gênero humano se alimentam quase que exclusivamente de insetos. Há diversos insetos utilíssimos no controle das ervas daninhas. Os insetos também realizam tarefas necessárias como necrófagos, contribuindo para a aeração e fertilidade do solo, ao passo que eliminam os resíduos orgânicos. E, em muitos lugares, as pessoas dependem deles para alimentar-se. A Lei mosaica especificava alguns insetos como aceitáveis para o consumo humano, e João, o Batizador, obtinha seu sustento deles, enquanto no deserto (Levítico 11:22; Mateus 3:4) Todavia, é dentre suas fileiras que procedem os que, do ponto de vista humano, travam guerra com o homem para a posse de seu alimento.
Embora os insetos possam ser bem diminutos, deveras, em comparação com o homem, podem reunir impressivas forças. Coletivamente, ultrapassam o homem numa proporção de cerca de 250 milhões a 1. Também ultrapassam o homem quanto ao peso, na razão de 12 a 1. De acordo com certa estimativa, há 800.000 diferentes espécies de insetos na terra, atualmente. E astronômico o número total de insetos — está muito além de nossa compreensão. Felizmente, apenas reduzido número da população de insetos da terra — menos de 1 por cento — é considerado prejudicial ao homem e trava, com ele, uma guerra pela posse de suas colheitas de alimentos, de suas matas e de outros materiais.
As táticas bélicas que empregam causariam inveja a qualquer marechal-de-campo. Sendo mestres do elemento surpresa, invadem o local subitamente, e em grandes números, como que da noite para o dia. Fixam suas linhas de combate bem no meio das reservas alimentares que o homem visa proteger, obrigando-o a cair no dilema de como destruir um enquanto preserva o outro. Suas táticas secretas e de camuflagem, junto com seu tamanho, habilitam-nos a atacar sem ser percebidos, ao passo que infligem pesados danos.
Reproduzem-se prodigamente. Uma nova geração de combatentes, todos plenamente treinados e prontos para a batalha, pode ser produzida no espaço de somente uma semana. Os jovens combatem tão bem quanto os adultos, tanto os machos como as fêmeas participam na refrega. Algumas divisões se infiltram e entrincheiram-se na casa do próprio homem, lançando incursões para fustigá-lo e contaminá-la. Outros são peritos na guerra bacteriológica, disseminando temíveis doenças: malária, febre amarela, peste bubônica e a doença do sono, para citarmos apenas algumas. E, embora envenenados pelo homem, podem adaptar-se e até mesmo viver em tal ambiente. Assim, a guerra tem continuado no decorrer das eras.
De início, tudo que o homem podia fazer era aguardar os ataques, e esperar crias melhores. Faraó e os egípcios antigos simplesmente tiveram de suportar as pragas de mosquitos (borrachudos), moscões e locustas (gafanhotos) que Deus trouxe sobre eles. E que devastação devem ter causado, pois uma locusta adulta do deserto pode facilmente ingerir vegetação equivalente ao seu próprio peso, a cada dia! Uma nuvem pouco superior a 1.000 quilômetros quadrados continha, calculadamente, 40 bilhões de locustas. Eram suficientes para consumir, a cada dia, alimentos bastantes para alimentar 400.000 pessoas durante um ano! Todavia, reproduzindo com a profusão que lhes é peculiar, por que será que os insetos ainda não ganharam tal guerra?

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Tunga — Tubo sem Asas

Há cerca de 1.400 espécies diferentes de pulgas no mundo. Já sofreu o desconforto de ser atacado por elas? Ninguém gosta duma picada de pulga, mas, visto que a maioria das pulgas não vivem no hospedeiro, mas apenas se alimentam dele, a presença duma pulga pode ser um bom lembrete para se fazer uma limpeza mais cabal da casa ou para dar um pouco mais de atenção ao bichinho de estimação.
Ao longo da costa do Peru, e em outras áreas tropicais da América Central e do Sul, vive o membro mais incomodativo da família das pulgas — a tunga. No Peru, a tunga, ou bicho-de-pé, é conhecida como pique. As fêmeas fecundadas se grudam às patas do gado, tais como o bovino ou o suíno — ou das pessoas — e penetram no tecido mole entre os dedos, debaixo das unhas dos pés, ou qualquer outro local em que possam fixar-se.
A tunga se enfia sob a pele, deixando de fora a ponta de seu abdome. Seu aparelho respiratório, seu ânus e seu ovopositor (órgão de pôr ovos) ficam assim fora da vítima. Seu abdome então incha ao tamanho de pequena ervilha, em questão de dias, e logo passa a pôr milhares de ovos no solo. Quando a tunga por fim morre, ela permanece na ferida que formou em seu hospedeiro; isto pode provocar inflamação e, se não for cuidado, grave infecção, o tétano ou, o que é pior, a amputação do dedo do pé! Trata-se, contudo, duma ocorrência rara, uma vez que a presença do inseto é logo constatada e a vítima afligida prefere sofrer a dor da extração da inteira ferida, junto com seu causador, que tem forma dum pavio.
Dentre os quase um milhão de espécies de insetos já identificados e dotados de nomes por parte do homem, quantos conhece? Dentre os que conhece, pode explicar suas características? A idéia de pesquisar cabalmente esse assunto nos causa espanto. Mas, quão fascinante é este desafio!
Assim, da próxima vez que revirar uma pedra, enfiar uma pá no solo e ouvir um zumbido na brisa do ar, não se encolha diante dum inimigo em potencial — examine mais de perto um possível amigo. Ao fazê-lo, sem dúvida encontrará beleza, objetivo, talvez até alguma diversão, e bastante sabedoria para justificar um certo estudo e contemplação.

Grandes e Lindas

Nem todos os insetos são feios. Alguns são lindíssimos — como as borboletas. Não concorda? Perdemos o fôlego, deveras, ao avistar as coloridas e variegadas borboletas tropicais, algumas tão grandes quanto os pássaros, que, devido a seu tamanho e brilho, podem ser vistas a centenas de metros. São especialmente admiradas as borboletas-imperador; sua coloração azul-iridescente tem fascinado tanto os homens que tais borboletas viram quadros, provendo um fundo colorido que desafia o pincel do artista.
Quão grandes são as baratas na parte do mundo em que vive? Bem, como se comparam em tamanho com a barata do gênero Blabera sul-americana (Blaberus giganteus)? Tendo 5 centímetros de comprimento, é uma das maiores do mundo! E que dizer das mariposas em sua região? O que acharia se passasse voando por perto do leitor uma com uma envergadura das asas de 30 centímetros? Esse é o tamanho da mariposa da família sul-americana das Noctruidae. A maior formiga do mundo, a Dinoponera gigantea, com mais de 2,5 centímetros de comprimento, habita a selva brasileira. Já viu alguma vez uma formiga desse tamanho?

As Correições

Já observou a irresistível marcha de formigas agressivas? A marcha de centenas de milhares de formigas-correição, ou formigas-legionárias, é um dos espetáculos mais assombrosos do mundo entômico. Qualquer objeto em seu caminho é devastado por estas colunas militantes; um cavalo preso com uma corda ou um píton letárgico pode ser reduzido a simples ossos em questão de horas! Diferente de outras espécies de formigas, a correição tropical não faz um ninho, porém marcha, ou avança, quase que constantemente, em sociedades que medem, por vezes, 14,6 metros de largura.
Turmas de batedores, com cabeças grandes e impressivas mandíbulas parecidas a foices, lideram o avanço, deixando pelo caminho um rasto odorífero. A coluna principal de formigas segue sua trilha odorífica. Percorrendo mais de 200 metros por dia, e movendo-se apenas a luz do dia, esta expedição atua por cerca de duas semanas em sua busca voraz e frenética de alimentos, especialmente para nutrir as larvas que são levadas junto. Daí, há uma pausa no avanço, à medida que a rainha deposita de 100.000 a 300.000 ovos; depois de cerca de 20 dias, quando tais ovos se tornam larvas famintas, começa de novo a migração. E quem imaginaria que este temível exército de soldados e de operárias, em toda a frenética atividade, é cego!
A correição é a ‘vassoura nova que varre bem’, limpando a trilha de todos os gusanos, larvas ou quaisquer outras criaturas apanhadas desprevenidas. Ora, alguns naturais da região ficam contentes de deixá-las passar por suas casas rústicas, apenas para ter uma limpeza geral na casa!

A Maior Família da Terra

Há quase um milhão de espécies descritas de insetos já identificados pelo homem — mais espécies do que todos os demais animais considerados juntos. Isso representa que, se aprendesse o nome de 100 espécies por dia, levaria mais de 27 anos para saber os nomes de todas as espécies conhecidas! Algumas fontes, porém, indicam que existem ainda milhões de espécies entômicas não-identificadas.
Falando-se em sentido estrito, nem toda criaturinha rastejante é um inseto. Como se identifica um inseto? É muito simples. Seu corpo se divide em três partes (cabeça, tórax e abdome). Possui um par de antenas. Agora, conte as pernas. Se tiver seis, é um inseto. Se houver mais ou menos de seis, não é. Por exemplo, as aranhas, que têm quatro pares de patas ambulatórias, não são insetos, falando-se de forma estrita, mas pertencem a uma classe conhecida como aracnídeos.
Como contribuem os insetos para a teia de vida aqui na Terra? Bem, o homem já sente apreço pelo papel dos insetos tais como as abelhas e as borboletas (mariposas) na polinização vegetal. E as formigas? Ora, em apenas cerca de meio hectare, estes pequeninos insetos movimentam toneladas de solo num ano, soltando-o e arejando-o! As baratas e os besouros se alimentam de matéria em decomposição; seus próprios excrementos nutrem o solo. Diversos insetos servem de alimento para o homem, tais como as locustas, os grilos, os térmites, as formigas e os grandes besouros. É dos insetos que o homem obtém mel, cera de abelha, seda, goma-laca, tinturas e substâncias de valor medicinal.
Embora pareça estranho, os insetos até mesmo contribuem para o deleite do homem. Talvez tenha apreciado o cricri do grilo, o zumbido de abelhas atarefadas numa tarde tépida de verão, ou a dança noturna dos vaga-lumes. Ora, na selva amazônica pode-se observar crianças brincando com grandes besouros presos a um barbante!
Na verdade, alguns insetos são terríveis pragas ou são transmissores de doenças. No entanto, a maioria deles não é nossa inimiga. Antes, destroem ervas daninhas ou apenas fornecem alimento para peixes, aves, répteis, mamíferos, e para outros insetos. Examinemos mais de perto alguns deles.

Insetos — amigos ou inimigos?

Do correspondente de “Despertai!” no Peru
O PÚBLICO prestava total atenção ao orador, sem ligar para o calor e a umidade tropicais que permeavam o salão. Subitamente, entrou pela janela um intruso, com enormes asas azul-esverdeadas iridescentes! Para o susto de certa senhora, que não conhecia os insetos locais por ser norte-americana, o intruso se dirigia para ela!
Sua primeira reação foi lançar seu caderno de anotações sobre ele. Quando isto não reduziu o interesse dele, ela recorreu à ajuda do marido. A situação voltou ao normal quando se descobriu que o intruso era um enorme, porém inofensivo gafanhoto.
Qual teria sido sua reação? Sem dúvida, os insetos podem motivar uma reação bem dramática por parte de alguns. Mas será sempre justificada tal reação? Ou, expressando-nos de outro modo: São os insetos amigos ou inimigos? ‘Os insetos incomodam tanto!’ — talvez diga. ‘Mordem. Picam. Estragam piqueniques. Quem é que precisa deles?’
Todavia, estas criaturinhas desempenham um papel vital nos sistemas de vida aqui na Terra. É possível que, por se familiarizarem melhor com o mundo dos insetos, muitos percam seus receios.

Insetos

No estágio adulto, estes invertebrados se distinguem por um corpo que consiste em três segmentos, cabeça, tórax e abdômen, com seis patas, um par de antenas, e, em geral, duas ou quatro asas.
A linguagem pitoresca da Bíblia refere-se aos insetos como ‘andando de quatro’. Moisés obviamente sabia que os insetos têm seis patas. Assim, tal referência é, sem dúvida, ao seu modo de andar, em vez de ao número de patas. Há insetos alados, incluindo as abelhas, as moscas e as vespas, que andam sobre suas seis patas do modo como andam os animais quadrúpedes. Outros insetos, tais como os gafanhotos, estão equipados de duas patas aptas para o salto, e, assim, literalmente usam as outras quatro patas para rastejar. — Le 11:20-23.
As mais de 800.000 variedades conhecidas de insetos apresentam um panorama contrastante. Ao passo que alguns têm coloração sombria, outros são revestidos de tons brilhantes e de lindos padrões. Acham-se representados neles todos os matizes do arco-íris. Em tamanho, os insetos variam de besourinhos tão pequenos que podem passar pelo buraco duma agulha, até curiosos “bichos-pau” que medem mais de 30 cm de comprimento. Entre os insetos, é possível encontrar comunidades organizadas: construtores, agricultores, manufatureiros, voadores de longa distância, peritos saltadores, nadadores e cavadores. Através do estudo e da observação, o homem pode aprender muito dos insetos, sobretudo, que são criações de Deus, dotados de sabedoria instintiva, não por acaso, mas pela Fonte de toda a sabedoria, Jeová. — Jó 12:7-9.
Embora muitos se inclinem a encarar os insetos como pragas que estragam plantações e os bens do homem, além de disseminarem doenças, realmente apenas uma pequeníssima porcentagem de insetos pode ser chamada de prejudicial sob as atuais circunstâncias. A maioria pode ser classificada quer como neutra, quer como direta ou indiretamente benéfica para o homem.
Os insetos têm importante ligação natural com as plantas. Estima-se que 85 por cento das plantas floríferas dependem, quer completa, quer parcialmente, da polinização feita por insetos. Os insetos desempenham também um papel benéfico como enriquecedores do solo e eliminadores de restos. Produzem-se corantes e goma-laca de cochonilhas. No Oriente Médio, insetos, tais como gafanhotos, há séculos são usados como comestível. Se não existissem insetos, o mel e a seda não seriam conhecidos.
Os insetos deveras ocupam um lugar importante com relação ao restante da criação terrestre. Observou Carl D. Duncan, professor de entomologia e botânica: “Não é exagero dizer que os insetos determinam o caráter do mundo do homem de maneira muito mais ampla do que ele próprio o faz, e que, se eles de repente desaparecessem completamente, o mundo mudaria tanto que é extremamente duvidoso que o homem pudesse manter qualquer tipo de sociedade organizada que fosse.” — Annual Report of the Smithsonian Institution (Relatório Anual do Instituto Smithsonian), 1947, p. 346.

Insetos

No estágio adulto, estes invertebrados se distinguem por um corpo que consiste em três segmentos, cabeça, tórax e abdômen, com seis patas, um par de antenas, e, em geral, duas ou quatro asas.
A linguagem pitoresca da Bíblia refere-se aos insetos como ‘andando de quatro’. Moisés obviamente sabia que os insetos têm seis patas. Assim, tal referência é, sem dúvida, ao seu modo de andar, em vez de ao número de patas. Há insetos alados, incluindo as abelhas, as moscas e as vespas, que andam sobre suas seis patas do modo como andam os animais quadrúpedes. Outros insetos, tais como os gafanhotos, estão equipados de duas patas aptas para o salto, e, assim, literalmente usam as outras quatro patas para rastejar. — Le 11:20-23.
As mais de 800.000 variedades conhecidas de insetos apresentam um panorama contrastante. Ao passo que alguns têm coloração sombria, outros são revestidos de tons brilhantes e de lindos padrões. Acham-se representados neles todos os matizes do arco-íris. Em tamanho, os insetos variam de besourinhos tão pequenos que podem passar pelo buraco duma agulha, até curiosos “bichos-pau” que medem mais de 30 cm de comprimento. Entre os insetos, é possível encontrar comunidades organizadas: construtores, agricultores, manufatureiros, voadores de longa distância, peritos saltadores, nadadores e cavadores. Através do estudo e da observação, o homem pode aprender muito dos insetos, sobretudo, que são criações de Deus, dotados de sabedoria instintiva, não por acaso, mas pela Fonte de toda a sabedoria, Jeová. — Jó 12:7-9.
Embora muitos se inclinem a encarar os insetos como pragas que estragam plantações e os bens do homem, além de disseminarem doenças, realmente apenas uma pequeníssima porcentagem de insetos pode ser chamada de prejudicial sob as atuais circunstâncias. A maioria pode ser classificada quer como neutra, quer como direta ou indiretamente benéfica para o homem.
Os insetos têm importante ligação natural com as plantas. Estima-se que 85 por cento das plantas floríferas dependem, quer completa, quer parcialmente, da polinização feita por insetos. Os insetos desempenham também um papel benéfico como enriquecedores do solo e eliminadores de restos. Produzem-se corantes e goma-laca de cochonilhas. No Oriente Médio, insetos, tais como gafanhotos, há séculos são usados como comestível. Se não existissem insetos, o mel e a seda não seriam conhecidos.
Os insetos deveras ocupam um lugar importante com relação ao restante da criação terrestre. Observou Carl D. Duncan, professor de entomologia e botânica: “Não é exagero dizer que os insetos determinam o caráter do mundo do homem de maneira muito mais ampla do que ele próprio o faz, e que, se eles de repente desaparecessem completamente, o mundo mudaria tanto que é extremamente duvidoso que o homem pudesse manter qualquer tipo de sociedade organizada que fosse.” — Annual Report of the Smithsonian Institution (Relatório Anual do Instituto Smithsonian), 1947, p. 346.

Muitos insetos são hospedeiros de agentes causadores de doenças
A mosca-negra é portadora do patógeno da cegueira do rio
Mosquitos alojam patógenos da malária, da dengue e da febre amarela
Piolhos podem transmitir tifo
Pulgas podem causar encefalite e outras moléstias
As moscas tsé-tsé transmitem a doença do sono

Uma “trégua” nas doenças

Foi apenas em 1877 que se demonstrou cientificamente que insetos transmitem doenças. Desde então, tem-se feito campanhas maciças para controlar ou eliminar os insetos vetores. Em 1939, o inseticida DDT foi acrescentado ao arsenal, e na década de 60 as doenças veiculadas por insetos já não eram consideradas uma grande ameaça à saúde pública fora da África. Em vez de tentar controlar vetores, passou-se a dar mais atenção ao tratamento de casos emergenciais com drogas, e o interesse em estudar insetos e seus habitats arrefeceu. Descobriram-se também novos medicamentos, e parecia que a ciência era capaz de encontrar uma “bala mágica” para fulminar qualquer doença. O mundo estava tendo uma “trégua” nas doenças infecciosas. Mas essa trégua acabaria. O artigo seguinte mostra por quê.

Vetores ativos

A outra forma de transmissão ocorre quando insetos hospedeiros de vírus, bactérias ou parasitas infectam as vítimas pela picada ou por outros meios. Apenas uma pequena porcentagem de insetos transmite doenças ao homem dessa forma. Por exemplo, embora haja milhares de espécies de mosquitos, apenas os do gênero Anopheles transmitem a malária — a doença contagiosa que mais mata no mundo, depois da tuberculose.
Mas há muitas outras doenças disseminadas por mosquitos. Um relatório da OMS diz: “O mosquito é o mais perigoso de todos os insetos vetores, pois é o transmissor da malária, da dengue e da febre amarela. Essas doenças, combinadas, matam todo ano milhões de pessoas e fazem adoecer outras centenas de milhões.” Pelo menos 40% da população mundial corre risco de contrair a malária, e cerca de 40% de contrair a dengue. Em muitos lugares, a pessoa pode contrair ambas as doenças.
É claro que os mosquitos não são os únicos insetos vetores. A mosca tsé-tsé transmite o protozoário causador da doença do sono, que aflige centenas de milhares de pessoas, obrigando comunidades inteiras a abandonar seus campos férteis. A mosca-negra, transmissora do parasita que provoca a cegueira do rio, privou da visão cerca de 400 mil africanos. O mosquito-pólvora pode abrigar o protozoário que causa a leishmaniose. Trata-se de um grupo de doenças incapacitantes, que hoje afligem milhões de pessoas de todas as idades ao redor do mundo, desfiguram a vítima e muitas vezes causam a morte. A pulga comum pode transmitir a solitária, a encefalite, a tularemia e até mesmo a peste, geralmente associada à Peste Negra que em apenas seis anos dizimou um terço ou mais da população da Europa na Idade Média.
Piolhos, ácaros e carrapatos transmitem diversas formas de tifo, além de outras doenças. Nas zonas temperadas, carrapatos são os agentes transmissores da potencialmente debilitante doença de Lyme — a doença mais comum transmitida por vetor nos Estados Unidos e na Europa. Um estudo sueco revelou que aves migratórias às vezes transportam carrapatos por milhares de quilômetros, podendo introduzir as doenças que carregam a novos lugares. ‘Depois dos mosquitos’, diz a enciclopédia Britannica, “os carrapatos são os artrópodes que mais transmitem doenças ao homem”. De fato, um único carrapato pode abrigar até três diferentes organismos patogênicos e transmitir todos eles em uma única picada!


Como os insetos causam doenças

Os insetos podem atuar como vetores — ou seja, agentes transmissores de doenças — de duas formas principais. Uma delas é a transmissão mecânica. Assim como as pessoas podem trazer para dentro de casa sujeira impregnada no sapato, “a mosca-doméstica pode carregar nas patas milhões de microorganismos que, dependendo da quantidade, causam doenças”, diz a Encyclopædia Britannica. Moscas que pousaram em fezes, por exemplo, contaminam alimentos e bebidas. Essa é uma forma de o homem contrair doenças debilitantes e mortíferas como a febre tifóide, a disenteria e até mesmo a cólera. As moscas também contribuem para a transmissão do tracoma — a principal causa de cegueira no mundo. O tracoma pode causar a cegueira por danificar a córnea, que é a parte anterior do olho localizada na frente da íris. No mundo todo, cerca de 500 milhões de pessoas sofrem desse flagelo.
A barata, que gosta da sujeira, também é suspeita de transmissão mecânica de doenças. Segundo especialistas, o recente surto de asma, principalmente em crianças, está relacionado com a alergia a baratas. Tome-se como exemplo o caso de Ashley, adolescente de 15 anos que passa muitas noites com dificuldades respiratórias por causa da asma. Na hora em que a médica vai auscultar o seu pulmão, uma barata cai da blusa da menina e sai correndo pela mesa de exames.

Insetos que seguem o homem

“A maior parte das doenças febris no homem é causada por microorganismos veiculados por insetos”, diz a Encyclopædia Britannica. Costuma-se usar o termo “inseto” não só para os insetos propriamente ditos — animais de três pares de patas, como mosca, pulga, mosquito, piolho e besouro — mas também para criaturas de oito patas, como ácaro e carrapato. Segundo a classificação científica, todos esses se enquadram na categoria mais abrangente dos artrópodes — a maior divisão do reino animal — que inclui pelo menos um milhão de espécies conhecidas.
A grande maioria dos insetos é inofensiva ao homem e alguns são muito úteis. Sem eles, muitas plantas e árvores que fornecem alimento ao homem e aos animais não seriam polinizadas nem dariam frutos. Há insetos que ajudam a reciclar o lixo. Um grande número se alimenta exclusivamente de plantas, ao passo que alguns comem outros insetos.
É claro que há insetos que incomodam o homem e os animais com uma picada dolorosa ou simplesmente pelo seu grande número. Alguns também danificam plantações. Mas os piores são os que causam doenças e morte. As doenças transmitidas por insetos “provocaram mais mortes desde o século 17 até a parte inicial do século 20 do que todas as outras causas somadas”, diz Duane Gubler, dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos.
Atualmente, cerca de 1 em cada 6 pessoas está infectada com uma doença transmitida por insetos. Além de causar sofrimento, essas doenças representam um grande ônus financeiro, sobretudo nos países em desenvolvimento, que são justamente os que menos dispõem de recursos. Mesmo um único surto pode ser oneroso. Consta que uma epidemia na parte ocidental da Índia, em 1994, custou bilhões de dólares à economia local e mundial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esses países só farão progresso econômico quando tais problemas de saúde estiveram sob controle.

Doenças transmitidas por insetos — um problema crescente

É NOITE num país da América Latina. A mãe, com carinho, coloca seu filhinho para dormir. No escuro, um inseto preto e lustroso, de uns dois centímetros de comprimento, entra em cena. É o barbeiro, que sai sorrateiramente de uma fenda no teto. Ele pousa de mansinho no rosto da criança adormecida, picando-lhe a pele macia. À medida que suga o sangue, deposita fezes infectadas de parasitas. Sem acordar, o menino coça o rosto, esfregando as fezes infectadas na lesão.
O resultado desse encontro é que a criança contrai a doença de Chagas. Em uma semana ou duas, o menino apresenta febre alta e o corpo inchado. Se ele sobreviver, os parasitas podem se alojar no corpo, invadindo o coração, o sistema nervoso e os tecidos internos. Talvez não apresente sintomas por 10 a 20 anos. Mas daí podem ocorrer lesões no trato digestivo, infecção cerebral e por fim a morte por falência cardíaca.
O relato fictício acima mostra como se pode contrair a doença de Chagas. Na América Latina, milhões talvez corram risco de receber esse “beijo da morte”.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Esforços Incessantes

Armadas do conhecimento exato de suas características e de seus hábitos, as autoridades de saúde podem empreender uma campanha eficaz contra este perigoso portador, mas a pressão tem de ser constante. Seguem-se duas linhas de ataque: programas de erradicação e campanhas de vacinação. Em Trinidad, por exemplo, há muitas áreas de densas florestas. Cada vinte anos, ou quase isso, os bugios nestas florestas talvez fiquem infetados de febre amarela pelo pernilongo selvático, Haemagogus speggazinii, e daí, por sua vez, outros pernilongos na área são infetados. Uma pessoa não-imune que então se aventure na selva torna-se prospectiva vítima da febre amarela. Se então retorna para uma área urbana em que se encontre o pernilongo doméstico, há todas as condições potenciais de severa epidemia.

A vacinação de pessoas que vivem nestas áreas adjacentes às densas florestas é prática comum. A vacina usada é uma forma modificada do vírus da febre amarela, produzida em laboratórios e identificada como 17D. A vacinação é quase indolor, com pouco ou nenhum efeito posterior. E produz imunidade que é conservadoramente fixada em dez anos de duração.

Muito trabalho vem sendo feito por organizações nacionais e internacionais para controlar as depredações da voadora noturna com a lira, e bloquear suas migrações de um país para outro. Alguns países caraíbas, sim, e até mesmo os Estados Unidos, mostraram pouco entusiasmo por estes programas de controle aos pernilongos enquanto não se sentiram afetados. Todavia, durante os anos de 1963 e 1964, severa epidemia de febre dengue varreu as Caraíbas e os estados sulinos. Naquela ocasião, Trinidad e Tobago foram passadas por alto sem sequer um único caso.

Agora os Estados Unidos empenharam-se numa vasta campanha de erradicação e controle que tem custado milhões de dólares, e outros países partilham seus esforços na guerra. Com efeito, na reunião da Organização Pan-Americana de Saúde em Washington, D. C., em 1967, formularam-se planos para melhor cooperação entre os países envolvidos. Com que objetivo? Livrar o Hemisfério Ocidental deste temível vector, a Aëdes aegypti.

A verdadeira obra de erradicação é executada por equipes treinadas de trabalhadores. Homens são enviados a todas as partes do país em busca de infestações de pernilongos. Os lares são pulverizados com inseticidas. Recipientes de água em navios e dentro e em volta das casas são examinados para ver se há a presença de larvas. Se se nota qualquer sinal de infestação, as equipes de pulverização põem-se a trabalhar de imediato e continuam nisso até que todos os sinais da presença desse pernilongo sejam removidos.

A Aëdes aegypti tem a habilidade de criar resistência a vários produtos químicos usados na pulverização. Antigamente, um pulverizador que continha Dieldrin era eficaz em Trinidad. Em 1959, verificou-se que o pernilongo era resistente a ele. Usaram-se, então, Dieldrin e Gamma B. H. C., e dentro de um ano o país ficou livre de infestação. No presente, inseticidas à base de fosfato orgânico vêm sendo usados, e com bons resultados. Mas até quando, ninguém sabe.

Como Opera




A dama com a lira gosta de água limpa e fresca para depositar seus ovos, e tem faro infalível para isso. Com efeito, pode-se realmente capturar ovos por se usarem recipientes de água fresca. Ponha esta armadilha numa sombra e se houver por perto um pernilongo prenhe não demorará para haver ovos. Calhas, vasos, latas, barris de chuva, buracos em árvores ou até mesmo poças de chuva — todos estes são lugares prováveis para seus ovos. São precisos ordinariamente nove dias para um pernilongo adulto se desenvolver do ovo. E é aqui que certa característica conhecida como perseverança ovular torna-se evidente.

Ao passo que os ovos do pernilongo Anopheles, o portador da malária, começam todos a chocar ao mesmo tempo e têm de chocar dentro de uma semana, senão morrem, se não houver condições de umidade, acontece diferente com os ovos da Aëdes aegypti. A chocagem de seus ovos é oscilante, e mesmo quando condições de seca persistem por algum tempo, estes ovos podem ficar dormentes por até um ano e ainda chocarem quando retorna o tempo úmido.

Quão fácil, então, é para esta dama da lira enviar sua progênie em viagens de muitas centenas de quilômetros! Navios grandes e pequenos que fazem percursos interinsulares e internacionais entre os portos das Caraíbas e da América do Sul oferecem as melhores acomodações. Tudo que é preciso é uma pilha de pneus usados no convés aberto, ou qualquer outro recipiente que retenha água. A Sra. Pernilongo simplesmente põe seus ovos e lá se vão eles para lugares distantes.

Expondo a Má Atriz




A febre amarela é há muito conhecida das populações em áreas afligidas. Suas devastações foram descritas no México há tanto tempo quanto 1648. Uma epidemia entre as tropas britânicas em Senegal, em 1778, foi relatada e descrita por Schotte. Os Estados Unidos sofreram duas epidemias notórias, uma na Filadélfia em 1793, a outra em Nova Orleans, em 1905. Naturalmente, milhares morreram deste flagelo durante a construção do Canal do Panamá. Parece que o lar original deste portador e sua indesejável dádiva foi a África. O tráfico de escravos sem dúvida trouxe tanto a doença como o pernilongo para as Américas.

Por um período de vinte anos a partir de 1881, Carlos Findlay foi o pioneiro nas pesquisas da causa da febre amarela. Apontou seu dedo ao culpado, a dama com a lira, e mais tarde suas descobertas foram corroboradas. A Aëdes aegypti era o vector — a criatura vivente essencial que possibilita que a doença passe de uma vítima para outra. O germe desta febre é classificado como vírus. Pode ser facilmente morto pelo calor, ou preservado pela refrigeração.

Depois que um pernilongo infetado pica uma pessoa não-imune, o vírus se desenvolve num período de três a seis dias. O paciente tem febre, calafrios e dor de cabeça. Fica prostrado, e há a possibilidade de apresentar icterícia.

Apenas durante os três primeiros dias da doença, pode outro pernilongo ficar infetado por picar o inválido. Tantas da espécie Aëdes aegypti quantas picarem, porém, tornam-se portadoras potenciais. Depois de cerca de doze dias desde que picou a pessoa doente, pode infetar qualquer pessoa não-imune, e retém este poder temível até o fim da vida — umas quatro a seis semanas.

A febre dengue é outra doença epidêmica que pode ser espalhada por esse pernilongo. Embora não seja fatal, pode espalhar-se por uma área geográfica mais ampla do que a febre amarela. A vítima fica incapacitada por cerca de três semanas, sofrendo severas dores nas juntas e nos músculos. Por causa de seus efeitos incapacitadores, a febre dengue pode em pouco tempo desfazer uma indústria.

Este pernilongo fêmeo é fácil de identificar, não só pelo claro contorno da lira em seu tórax, mas também pelos anéis brancos que lhe circundam as pernas e o abdômen. Fica bem à vontade nas habitações humanas e vive quase que exclusivamente de sangue humano. Assim, tendo-a inteiramente exposta como o vector da febre amarela e da febre dengue, faremos bem em manter a guerra contra ela, não lhe dando quartel.

Cuidado com a voadora com a lira!

Do correspondente de “Despertai”! em Trinidad

MUITAS terras tropicais e subtropicais estão infestadas de uma minúscula voadora alada que prefere dar suas voltas depois do anoitecer. Esta dama da noite, pois é fêmea, pode ser identificada pelas marcas de uma lira nas costas ou tórax. O som que produz ao voar não é acompanhado pela lira, mas é causado pelas vibrações de suas asas. Não é música de conforto, mas de ameaça, pois sua ocupação regular é alimentar-se de sangue. E o vector ou portador da temível febre amarela. Sua identidade é Aëdes aegypti, um pernilongo.

Quase todo mundo já leu sobre que flagelo este inseto mostrou ser por ocasião da construção do Canal do Panamá. Desde aqueles dias, fez-se muito progresso no combate a este pernilongo; tanto assim que é raro vermos epidemias de febre amarela. Isto se dá por causa da guerra constante travada contra este inimigo perigoso.

Se tiver dúvidas quanto à necessidade que as nações em perigo têm de manter incansável pressão na guerra contra a Aëdes aegypti, considere as seguintes estatísticas: Em 1965, em Senegal, África, houve 243 casos de febre amarela, com 216 mortes. No mesmo ano, houve 73 casos nos países sul-americanos, e 69 mortes. Os mesmos países sul-americanos tiveram mais 170 casos em 1966, resultando em 97 mortes; ao passo que nos primeiros sete meses de 1967, os mesmos países tiveram 11 casos, 11 mortes.