terça-feira, 1 de junho de 2010

Esforços Incessantes

Armadas do conhecimento exato de suas características e de seus hábitos, as autoridades de saúde podem empreender uma campanha eficaz contra este perigoso portador, mas a pressão tem de ser constante. Seguem-se duas linhas de ataque: programas de erradicação e campanhas de vacinação. Em Trinidad, por exemplo, há muitas áreas de densas florestas. Cada vinte anos, ou quase isso, os bugios nestas florestas talvez fiquem infetados de febre amarela pelo pernilongo selvático, Haemagogus speggazinii, e daí, por sua vez, outros pernilongos na área são infetados. Uma pessoa não-imune que então se aventure na selva torna-se prospectiva vítima da febre amarela. Se então retorna para uma área urbana em que se encontre o pernilongo doméstico, há todas as condições potenciais de severa epidemia.

A vacinação de pessoas que vivem nestas áreas adjacentes às densas florestas é prática comum. A vacina usada é uma forma modificada do vírus da febre amarela, produzida em laboratórios e identificada como 17D. A vacinação é quase indolor, com pouco ou nenhum efeito posterior. E produz imunidade que é conservadoramente fixada em dez anos de duração.

Muito trabalho vem sendo feito por organizações nacionais e internacionais para controlar as depredações da voadora noturna com a lira, e bloquear suas migrações de um país para outro. Alguns países caraíbas, sim, e até mesmo os Estados Unidos, mostraram pouco entusiasmo por estes programas de controle aos pernilongos enquanto não se sentiram afetados. Todavia, durante os anos de 1963 e 1964, severa epidemia de febre dengue varreu as Caraíbas e os estados sulinos. Naquela ocasião, Trinidad e Tobago foram passadas por alto sem sequer um único caso.

Agora os Estados Unidos empenharam-se numa vasta campanha de erradicação e controle que tem custado milhões de dólares, e outros países partilham seus esforços na guerra. Com efeito, na reunião da Organização Pan-Americana de Saúde em Washington, D. C., em 1967, formularam-se planos para melhor cooperação entre os países envolvidos. Com que objetivo? Livrar o Hemisfério Ocidental deste temível vector, a Aëdes aegypti.

A verdadeira obra de erradicação é executada por equipes treinadas de trabalhadores. Homens são enviados a todas as partes do país em busca de infestações de pernilongos. Os lares são pulverizados com inseticidas. Recipientes de água em navios e dentro e em volta das casas são examinados para ver se há a presença de larvas. Se se nota qualquer sinal de infestação, as equipes de pulverização põem-se a trabalhar de imediato e continuam nisso até que todos os sinais da presença desse pernilongo sejam removidos.

A Aëdes aegypti tem a habilidade de criar resistência a vários produtos químicos usados na pulverização. Antigamente, um pulverizador que continha Dieldrin era eficaz em Trinidad. Em 1959, verificou-se que o pernilongo era resistente a ele. Usaram-se, então, Dieldrin e Gamma B. H. C., e dentro de um ano o país ficou livre de infestação. No presente, inseticidas à base de fosfato orgânico vêm sendo usados, e com bons resultados. Mas até quando, ninguém sabe.

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