terça-feira, 1 de junho de 2010
Expondo a Má Atriz
A febre amarela é há muito conhecida das populações em áreas afligidas. Suas devastações foram descritas no México há tanto tempo quanto 1648. Uma epidemia entre as tropas britânicas em Senegal, em 1778, foi relatada e descrita por Schotte. Os Estados Unidos sofreram duas epidemias notórias, uma na Filadélfia em 1793, a outra em Nova Orleans, em 1905. Naturalmente, milhares morreram deste flagelo durante a construção do Canal do Panamá. Parece que o lar original deste portador e sua indesejável dádiva foi a África. O tráfico de escravos sem dúvida trouxe tanto a doença como o pernilongo para as Américas.
Por um período de vinte anos a partir de 1881, Carlos Findlay foi o pioneiro nas pesquisas da causa da febre amarela. Apontou seu dedo ao culpado, a dama com a lira, e mais tarde suas descobertas foram corroboradas. A Aëdes aegypti era o vector — a criatura vivente essencial que possibilita que a doença passe de uma vítima para outra. O germe desta febre é classificado como vírus. Pode ser facilmente morto pelo calor, ou preservado pela refrigeração.
Depois que um pernilongo infetado pica uma pessoa não-imune, o vírus se desenvolve num período de três a seis dias. O paciente tem febre, calafrios e dor de cabeça. Fica prostrado, e há a possibilidade de apresentar icterícia.
Apenas durante os três primeiros dias da doença, pode outro pernilongo ficar infetado por picar o inválido. Tantas da espécie Aëdes aegypti quantas picarem, porém, tornam-se portadoras potenciais. Depois de cerca de doze dias desde que picou a pessoa doente, pode infetar qualquer pessoa não-imune, e retém este poder temível até o fim da vida — umas quatro a seis semanas.
A febre dengue é outra doença epidêmica que pode ser espalhada por esse pernilongo. Embora não seja fatal, pode espalhar-se por uma área geográfica mais ampla do que a febre amarela. A vítima fica incapacitada por cerca de três semanas, sofrendo severas dores nas juntas e nos músculos. Por causa de seus efeitos incapacitadores, a febre dengue pode em pouco tempo desfazer uma indústria.
Este pernilongo fêmeo é fácil de identificar, não só pelo claro contorno da lira em seu tórax, mas também pelos anéis brancos que lhe circundam as pernas e o abdômen. Fica bem à vontade nas habitações humanas e vive quase que exclusivamente de sangue humano. Assim, tendo-a inteiramente exposta como o vector da febre amarela e da febre dengue, faremos bem em manter a guerra contra ela, não lhe dando quartel.
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